A Assembleia Geral da ONU adotou este domingo o Pacto para o Futuro e os seus anexos, o Pacto Digital Global e a Declaração sobre Futuras Gerações. O secretário-geral das Nações Unidas considera que os documentos “resgatam o multilateralismo do abismo”.
Durante a Cimeira do Futuro, que decorreu em Nova Iorque, António Guterres destacou que o Pacto Digital Global se baseia no princípio de que a tecnologia deve beneficiar a todos. Segundo ele, o texto traz o primeiro acordo universal sobre a governança internacional da Inteligência Artificial.
Além disso, compromete os governos a estabelecer um Painel Científico internacional independente sobre IA e a iniciar um diálogo global sobre sua governança no âmbito das Nações Unidas.
Já esta terça-feira, no seu discurso de abertura do debate da 79.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, António Guterres alertou para as "ameaças existenciais" geradas pela crise climática e pelo rápido avanço da tecnologia, apelando a que as Nações Unidas se tornem palco central dos debates em torno da Inteligência Artificial.
A inteligência artificial "mudará praticamente tudo o que conhecemos", desde o trabalho à educação e comunicação, até à cultura e política, salientou.
"Uma mão cheia de empresas e até mesmo indivíduos já acumularam enorme poder sobre o desenvolvimento da IA - com pouca responsabilidade ou supervisão. Sem uma abordagem global para a sua gestão, a IA pode levar a divisões artificiais em todos os níveis - uma Grande Fratura com duas internets, dois mercados, duas economias -, com cada país forçado a escolher um lado e enormes consequências para todos", anteviu.
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