Algumas das maiores operadoras de telecomunicações europeias juntaram-se para apresentar queixa às autoridades comunitárias contra multinacionais norte-americanas como a Google, Facebook, Yahoo, Apple, Microsoft ou MySpace. Na origem do descontentamento estão questões como a protecção dos dados dos utilizadores e a concorrência desleal no que respeita à publicidade online, relata o espanhol Expansión.

As queixosas escreveram uma carta onde denunciam aquilo que consideram um favorecimento de gigantes da Internet. Embora obrigadas à lei europeia quando prestam serviços dentro da UE, muitas multinacionais americanas continuam, na prática, a reger-se pela lei norte-americana, mais permissiva, enquanto as empresas radicadas na Europa têm de cumprir as restritivas normas comunitárias, sustentam.

Segundo defendem, a situação de desigualdade, não só coloca as empresas europeias em desvantagem no que concerne à concorrência no cobiçado mercado da publicidade online, como deixa menos protegidos os consumidores, no que respeita aos dados pessoais, por exemplo.

O grupo, constituído, entre outras, pela Telefónica (espanhola), France Telecom (francesa), Deutsche Telekom (alemã) e Telecom Italia (italiana), alega ainda que alguns dos serviços prestados pelas empresas norte-americanas - como as redes sociais ou os serviços alojados na nuvem - obrigam as operadoras a empreenderem mais esforços com a protecção dos dados dos seus clientes.

Os argumentos são explicados numa carta apresentada à Comissão Europeia, mas também enviada às comissárias Viviane Reding e Neelie Kroes, com as pastas da Justiça, Direitos Fundamentais e Cidadania, e Agenda Digital, respectivamente.

O documento é assinado pelo director da ETNO (European Telecommunications Networks Operators Association) Michel Bartholomew e pretende influenciar as autoridades em Bruxelas, que iniciaram este ano os trabalhos para revisão da directiva europeia de protecção de dados, criada em 1995 (antes do aparecimento do Google), realça o Jornal de Negócios.

Os signatários pedem igualdade competitiva e um enquadramento legal que espelhe a era digital em que vivemos.