As preocupações acentuaram-se nos últimos meses, refere na carta, e estão maioritariamente ligadas a três aspectos, “três novas tendências, as quais acredito têm de ser combatidas para que a web possa completar o seu verdadeiro potencial como uma ferramenta que serve toda a humanidade”, escreve.
Um dos receios de Tim Berners-Lee está relacionado com o que denomina de perda de controlo dos nossos dados pessoais. Além disso, mostra estar preocupado sobre o impacto das “fake news”, assim como com a propaganda política que assolou a internet.
Para Berners-Lee, as empresas deviam devolver aos utilizadores “um nível justo de controlo”, já que muitas vezes estes não conseguem dizer que dados pessoais gostariam ou não de partilhar.
“Os termos e as condições de utilização normalmente são tudo ou nada”, criticou. Sugere igualmente que esta recolha de dados pessoais tem favorecido a monitorização e vigilância de todas as ações dos utilizadores, “uma prática preocupante”.
Outro desafio para o futuro é a facilidade com que as notícias falsas são propagadas online, um problema de desinformação alimentado pelos algoritmos que recolhem os dados dos utilizadores para continuarem a oferecer conteúdo idêntico que possa gerar interesse e, logo, cliques.
O criador da World Wide Web também destaca aquilo que considera ser a “sofisticada indústria” da propaganda política online, apontando as eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos como exemplo, ao afirmar que mais de 50 mil variações de anúncios surgiram diariamente no Facebook - uma situação “impossível de se monitorizar”.
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