Os membros do executivo têm o currículo no site da Junta? Os concursos públicos são publicados online? Os programas para os cidadãos estão detalhados? Há uma área de FAQ? Há um balcão digital? Estes são alguns dos indicadores avaliados no Índice de Digitalização e Transparência Digital das Juntas de Freguesia de Lisboa, que avaliou 46 indicadores nos 24 sites destes organismos, no município de Lisboa.
Da comparação dos resultados obtidos, nos diversos indicadores e em cada freguesia, nasce um Índice que organiza as freguesias da capital consoante o nível de recursos digitais disponíveis e apuram-se algumas conclusões transversais. Por exemplo: seis Juntas de Freguesia da capital continuam sem publicar online os orçamentos em execução.
No que se refere ao Índice, a Junta de Freguesia do Parque das Nações obteve este ano a melhor classificação da análise, seguida das Juntas de Alvalade e Arroios. No ano passado, o top três era ligeiramente diferente. Alvalade e Parque das Nações estavam em posições inversas e era Alvalade que liderava o ranking. O top três fechava com a Junta de Freguesia do Areeiro, que nesta última edição foi ultrapassada pelos vizinhos de Arroios.
Esta é a segunda edição do índice de Digitalização e Transparência Digital das Juntas de Freguesia de Lisboa. A iniciativa nasceu com a intenção de analisar a diversidade de informação pública e transparente nos sites das freguesias, nomeadamente sobre orçamentos, mas evoluiu para a análise de um leque mais vasto de indicadores.
Rui Martins é o promotor da iniciativa, que começou a desenvolver nos tempos livres e que se insere agora nas atividades do CpC: Cidadãos pela Cibersegurança. Como explica, num primeiro momento, “o principal foco do Índice era a transparência (um reflexo das prioridades da minha atividade de escrutínio cidadão na Freguesia onde vivo), mas adicionei também métricas de segurança informática, desempenho e presença ou alcance nas redes sociais”.
O CpC quer dar continuidade ao Índice com novas edições anuais. O principal objetivo, como explicam os promotores, é contribuir para identificar e promover as boas práticas. No mesmo sentido, as Juntas são contactadas antes da divulgação do Índice, para terem a oportunidade de corrigir eventuais erros ou acrescentar informação. Só três devolveram feedback e propuseram alterações ou correções, que serão refletidas no próximo índice.
Esta não é a primeira vez que é feito um levantamento sobre esta realidade, uma análise anterior, coordenada pela Universidade do Minho, avaliou também a presença das Juntas de Freguesias na internet. O estudo visou o período entre 2002-2013, avaliou menos indicadores, mas num âmbito nacional.
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