Cerca de 50% dos emails de spam e com malware são provenientes de apenas 20 fornecedores de acesso à Internet (ISP). Esta é a principal conclusão de uma pesquisa publicada por um centro de estudos relacionado com as TIC da universidade de Twente, na Holanda.

A investigação conduzida por Giovane Moura foi intitulada de Bad Neighborhoods - má vizinhança, em tradução liberal -, numa alusão à concentração de lixo eletrónico que pode haver numa determinada zona do planeta e que tem influência nos países circundantes. Existem mesmo operadores de Internet que são "especializados" num determinado tipo de ameaça.

O estudo analisou cerca de 42 mil ISP de todo o mundo e descobriu que o Brasil, Vietname e Índia são os países onde existe uma maior concentração de operadores de Internet que geram altos níveis de tráfego malicioso. OS EUA também constam na lista como o país cujos ISP alojam mais tentativas de phishing.

O estudo foi realizado com o intuito de desenvolver ferramentas de análise de emails com maior nível de precisão na distinção entre correio eletrónico solicitado, não solicitado e perigoso. Neste caso, as soluções ao saberem de que fornecedores de acesso à Internet provêm as mensagens estariam mais afinadas para a filtragem.

A investigação chama a atenção da comunidade académica para o facto de também em muitos casos o lixo eletrónico ser dissimulado através de computadores infetados com malware e controlados pelos piratas informáticos, levando spam e malware para o ISP que fornece essa máquina.

Este tipo de técnica foi utilizado nos ataques que o New York Times sofreu no mês de fevereiro e que alegadamente tiveram origem na China.


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