Reunidos em Paris por dois dias para o encontro do Fórum e-G8 - que prepara a conferência dos oito países mais poderosos do mundo a realizar no final da semana - os executivos das maiores empresas de Internet e Media debateram questões relacionadas com a regulação da Internet, mas mantêm-se grandes divisões em quase todas as áreas, desde a privacidade à propriedade intelectual.

O Fórum, que termina hoje, conta com a participação de Eric Schmidt, da Google, Rupert Murdoch da News Corp. e Mark Zuckerberg do Facebook mas também de políticos, como Nicolas Sarkozy, presidente de França que ontem fez o discurso de abertura da conferência em defesa de uma Internet mais regulada.

“Não deixem que a internet se torne um instrumento nas mãos dos que querem ameaçar a nossa segurança e, logo, a nossa integridade", defendeu o presidente, depois de ter elogiado o papel da Internet na mudança do mundo e em acontecimentos recentes, como as revoluções no mundo árabe.

Segundo a agência Reuters, as divisões de opinião entre os vários participantes quanto à regulação da Internet, privacidade e direitos de autor estão a ser difíceis de harmonizar para produzir um comunicado comum. A agência terá tido acesso a um documento provisório que servirá de base ao encerramento do Fórum, hoje, que evita propostas concretas nestas áreas.

A adopção de medidas para proteger os dados pessoais dos utilizadores faz parte das recomendações do documento, mas os direitos de autor e propriedade intelectual são abordados numa linguagem menos clara e concreta, dando maior margem de manobra aos países para implementarem as suas próprias estratégias.

Esta tem sido uma das áreas de maior divisão do Fórum, onde executivos do mundo da música e de grupos de media defendem maior protecção ao trabalho dos artistas enquanto as empresas de Internet e activistas anti-direitos de autor criticam medidas como a lei francesa, considerada lesiva da natureza aberta da Internet.