"A Rússia, ao contrário de muitos países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, não se envolve em banditismo a nível estadual", disse o porta-voz da Presidência russa (Kremlin), Dmitri Peskov, comentando as denúncias do Presidente norte-americano, Joe Biden, que acusou Moscovo de estar a preparar ciberataques contra Washington e os interesses norte-americanos.
Biden disse que a Rússia está a "explorar opções" para lançar ciberataques contra os Estados Unidos e pediu ao setor privado norte-americano, que possui e administra a maior parte das infraestruturas essenciais do país, para agir com urgência no fortalecimento dos respetivos sistemas e mecanismos de segurança.
O Presidente norte-americano fez este alerta no início de uma semana em que se desloca a Bruxelas e depois a Varsóvia para tentar reforçar a resposta aliada à ofensiva russa em território ucraniano.
Algumas das medidas recomendadas pela administração norte-americana às empresas passam, por exemplo, pela aplicação de sistemas de autenticação multifator, pela contratação de profissionais de cibersegurança para detetar vulnerabilidades ou pela criptografia de dados para que estes não possam ser usados em caso de roubo.
Recorde-se que Anne Neuberger, conselheira nacional de segurança, afirmou que a Rússia tem conduzido atividades de preparação para ciberataques, que podem passar por "vasculhar" websites para procurar por vulnerabilidades. O Governo terá mesmo conduzido reuniões confidenciais com empresas e sectores considerados mais eficazes para oferecer conselhos muito práticos de como lidar com potenciais ataques.
Joe Biden reiterou que os Estados Unidos vão utilizar qualquer ferramenta para se defenderem e, caso necessário, responder a ciberataques contra infraestruturas críticas. No entanto, o Governo federal não se consegue defender desta ameaça sozinho, uma vez que a maioria das infraestruturas críticas são operadas pelo sector privado. “Os líderes e operadores devem acelerar esforços para trancar as suas portas digitais”, enfatizou o presidente norte-americano.
Os Estados Unidos acreditam que Vladimir Putin tenderá a utilizar essas ferramentas à medida que vai ficando mais desesperado e que é difícil determinar se todo este “ruído” da atividade russa será uma mensagem enviada sobre o que a Rússia poderá fazer ou se está mesmo em preparação para avançar com ataques cibernéticos. O FBI terá também avisado que grupos de ransomware russos poderão fazer ataques a empresas nos Estados Unidos.
Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação (Última atualização: 13h48)
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