Nicolas Sarkozy voltou a defender que os gigantes de Internet estrangeiros que operam em França, como a Google, o Twitter ou o Facebook, deveriam pagar impostos no país. “Não é admissível que acumulem uma faturação de milhões de euros em França e não paguem cá quaisquer impostos”, disse o presidente francês.



“Os gigantes da Internet devem contribuir com um imposto sobre as suas atividades no nosso país”, defendeu o responsável numa entrevista à Le Point, onde considerou que o incentivo destas empresas à produção de conteúdos digitais nos países onde estão não é contributo suficiente para apoiar as indústrias criativas, tendo em conta os benefícios que recolhem.



O imposto que Sarkozy quer fazer pagar as empresas de Internet que atuam no país pode incidir sobre as receitas de publicidade, admitiu o responsável sem fornecer mais detalhes.



Recorde-se que no ano passado o Parlamento francês já disse não a uma taxa com propósitos semelhantes e que ficou mesmo conhecida por taxa Google. O imposto seria aplicado às receitas publicitárias e deveria entrar em vigor no início de julho do ano passado.



O intuito desta primeira proposta já era encontrar uma forma de taxar os gigantes da Internet, numa tentativa de reter em França uma parte dos lucros que as empresas obtêm com a disponibilização de serviços online no país.




No entanto, a proposta acabou por ser chumbada, por se concluir que o imposto iria ter um impacto maior nas PME francesas que nas grandes empresas de Internet estrangeiras, como se pretendia.




As mais recentes declarações de Sarkozy já têm resposta da Google França, que entretanto considerou que as medidas planeadas pelo governo francês deveriam ser um incentivo e não um obstáculo ao potencial de crescimento e desenvolvimento que a Internet representa.


Num comunicado que está a ser citado por vários meios na imprensa internacional, a Google remete para um estudo da McKinsey de 2011 onde se conclui que a Internet representou 3,2% do PIB francês em 2009, o correspondente a 60 milhões de euros, um valor que até 2015 se estima que possa avançar até aos 5,5%, dando emprego a 450 mil pessoas.



Na mesma entrevista Sarkozy ainda fez mais uma afirmação polémica, quando defendeu que França deveria seguir o exemplo norte-americano e ir atrás do responsáveis pelos sites que oferecem conteúdos ilegais, como fez o FBI com os responsáveis pelo Megaupload.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira