Depois do ataque de negação de serviço (DDOS) aos servidores que controlam o tráfego global de dados na Internet que ocorreu no mês passado, especialistas em informática transferiram duas das máquinas de Domain Name System (DNS - sistema de nomes de domínio da Internet) para locais separados, de forma a prevenir e a defenderem-se melhor contra eventos desse tipo, informou a Associated Press.



A VeriSign, organização responsável pelo funcionamento de dois dos servidores de base da Internet, transferiu durante a noite de terça-feira um destes computadores para um edifício diferente numa localidade não especificada no norte do estado norte-americano da Virgínia, bem como para uma parte diferente da sua rede.



Segundo esta empresa, a alteração visou assegurar que uma falha no hardware ou um ataque centralizado a parte da sua rede não irá afectar ambos os servidores. A última vez em que foi efectuada uma alteração deste tipo foi no ano de 1997.



Actualmente, o FBI encontra-se a investigar o ataque informático que no dia 21 de Outubro causou o congestionamento de nove dos 13 servidores básicos da infra-estrutura da Internet, dez dos quais estão em diferentes localizações nos Estados Unidos e noutros três países. Na ocasião, sete dos computadores deixaram de responder ao tráfego legítimo da rede e outros dois falharam intermitentemente durante o ataque, que durou cerca de uma hora.



O serviço voltou a funcionar depois de alguns especialistas terem implementado medidas defensivas, tendo o ataque parado subitamente. Segundo a VeriSign, os dois servidores que controla não foram afectados pelo ataque, apesar de estarem localizados na mesma secção da sua rede.



A maior parte dos utilizadores da Internet não se deu conta dos ataques porque a arquitectura da Rede foi concebida para tolerar este tipo de paralizações de curto prazo. Em ataques de negação de serviço, os hackers tomam habitualmente controlo de computadores de terceiros detidos por universidades, empresas e mesmo utilizadores domésticos, direccionando-os para transmitir enormes quantidades de dados a alvos pré-determinados.



O director do FBI Robert Mueller afirmou na semana passada que os investigadores tinham detectado que a maior parte do tráfego gerado pelo ataque teve a sua origem na Coreia do Sul e nos Estados Unidos.



A transferência dos servidores foi aprovado pelo Departamento de Comércio dos EUA e a VeriSign efectuou a mudança da sua máquina depois de ter recebido autorização para tal na segunda-feira. A empresa tinha já solicitado no Verão permissão para esta transferência.



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