O mercado secundário de bilhetes vale em Portugal perto de 120 milhões de euros. Nos EUA? Cerca de 13,6 mil milhões. Não é por isso difícil de perceber o porquê de a SticketIN, empresa portuguesa, estar de malas feitas para um dos maiores centros de empreendedorismo do mundo, Silicon Valley.

A SticketIN é uma plataforma que permite a compra, venda e troca de bilhetes. O serviço vem colmatar o problema do reembolso em caso de impossibilidade de comparência ou a procura tardia de ingressos - quando já estão “oficialmente” esgotados, por exemplo.

E isto é algo que de facto acontece às pessoas e é uma necessidade que precisava de uma resposta: em apenas um ano conseguiram mais de 21 mil utilizadores em Portugal. O mercado português funcionou como uma validação do conceito e os resultados superam as expectativas.

De acordo com o diretor executivo da SticketIN, Afonso Barbosa, a empresa tem um crescimento diário na casa dos 2%. Uma métrica que permite à startup apresentar-se como um bom concorrente para programas de aceleração nos EUA, incluindo na YCombinator que ajudou projetos como o Airbnb,Reddit, Dropbox e Pushbullet - e também apoia a tecnológica portuguesa Unbabel.

Dia 16 deste mês Afonso Barbosa vai para os EUA a título definitivo e para já vai ser o único elemento da equipa a atuar do outro lado do Atlântico. Mas como conta ao TeK, atualmente parte da equipa técnica do SticketIN já funciona a partir do estrangeiro, mais concretamente do Reino Unido.

O objetivo da empresa por agora é crescer no número de utilizadores e conseguir fortes investimentos para que a plataforma online de bilhetes possa continuar a evoluir de forma sustentada. Pois além das terras do tio Sam, a SticketIN também quer entrar no mercado brasileiro.

Sobre a monetização do projeto Afonso Barbosa desvaloriza um pouco e diz que esse não é por agora o objetivo e que o capital acaba por não ser um problema - como mostram as propostas de investimento que receberam em Portugal e que foram declinadas. A startup portuguesa conta com o apoio de uma entidade investidores do Luxemburgo e está ainda integrada no programa de aceleração da Startup Braga.

SticketUDO
Caso a evolução continue a acontecer de forma sustentável o objetivo é que a plataforma SticketIN comece a integrar tudo o que esteja adjacente à área da bilhética: como alojamento - a pensar nos festivais -, transportes e até compra de materiais. “Se alguém estiver a comprar um bilhete para Portugal, mas a partir de Inglaterra, pode estar interessado em alojamento”, explicou Afonso Barbosa.

Numa fase mais avançada a ideia pode passar por replicar a mesma metodologia e a mesma plataforma a outros produtos, o que daria início a um mercado mais vasto e que de certa forma se assemelharia com outros serviços já conhecidos dos portugueses, como o OLX.

Rui da Rocha Ferreira