Numa carta endereçada à equipa de Donald Trump que está responsável pela transição de Administrações, a Internet Association congratulou a vitória eleitoral do empresário e aproveitou para sugerir que fossem reduzidos os impostos sobre lucros originados por propriedade intelectual, atenuada a carga regulatória sobre a indústria tecnológica e exercida pressão sobre a União Europeia para que não fossem levantados obstáculos às operações de empresas norte-americanas no continente.

A Internet Association é constituída por 40 empresas tecnológicas, entre as quais o Facebook, a Amazon, a Uber, o Twitter e a Google.

De acordo com a Reuters, este sector tem frequentemente sido alvo da retórica incendiária de Trump durante a sua campanha, nomeadamente quando a Apple se recusou a desencriptar um iPhone e conceder acesso ao FBI durante uma investigação criminal, ou quando sugeriu bloquear parte da internet para impedir a proliferação de propaganda islamita.

Apesar de algumas das propostas serem comuns a ambos os interlocutores, outras podem ser vistas por Trump com “maus olhos”.

Na carta, as empresas pedem também que a nova Administração se mostre favorável a uma maior encriptação nos serviços e produtos tecnológicos, de forma a impedir espionagem por parte das agências de inteligência – norte-americanas e estrangeiras – e a não anular os acordos que têm sido feitos para restringir a capacidade de Washington para recolher dados digitais dos utilizadores, como é o caso do Freedom Act.

Segundo a agência noticiosa, o TTIP, acordo comercial entre a UE e os EUA, não foi mencionado na carta. Apesar de beneficiar o tecido empresarial norte-americano e de lhe conceder vantagens no mercado europeu, esta parceria transatlântica já foi criticada por Donald Trump e pode vir “a cair por terra”.

Sublinhando a importância que a internet teve para a campanha do candidato republicano, que é um utilizador habilidoso do Twitter e utilizou a rede social para mobilizar os seus apoiantes, Michael Berckerman, CEO da Internet Association, escreve que a indústria da internet está entusiasmada por poder colaborar com Trump no desenvolvimento de políticas que promovam o crescimento e a inovação e aumentam o leque de escolhas do consumidor.