Os apoiantes de Mir Hossein Moussavi - derrotado nas eleições iranianas de sexta-feira - estão a usar meios online, como o Twitter, para contornar a censura e manifestar a sua oposição aos resultados das eleições.

O Twitter, que tinha agendado uma actualização essencial da sua rede para hoje, que iria deixar o site inacessível, ja anunciou que vai adiar o update uma vez o serviço "está a ser usado como importante ferramenta de comunicação no Irão", lê-se em comunicado de imprensa disponível online.

Na passada sexta-feira, 12 de Junho, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad foi oficialmente reeleito com 62 por cento dos votos contra 33 por cento de Moussavi. Isto de acordo a contagem do Governo, que é contestada pelos opositores e tem gerado grande agitação nas ruas do país.

Na segunda-feira, 15 de Junho, o Governo eleito foi acusado de estar a impedir, desde sexta-feira, transmissões de rádio, ligações para a rede móvel e o acesso a alguns serviços online, como redes sociais - entre as quais se inclui o Twitter - na tentativa de restringir as manifestações.

Para contornar os bloqueios impostos pelo governo, os utilizadores iranianos estão a usar servidores proxy internacionais, e a colocar online imagens e vídeos das manifestações e confrontos entre apoiantes da oposição e forças governamentais.

Os iranianos estão ainda, através do Twitter, a pedir aos visitantes que acedam ao endereço pagereboot.com, o site que lança ataques de denial of service contra as páginas governamentais iranianas, com o objectivo de impedir o funcionamento das mesmas. A rede está igualmente a ser usada para convocar "protestos relâmpago".