Em pleno século XXI, o rato do computador é algo dado como garantido, mas até 1968 não o era. Na altura, Douglas Engelbart contou com a ajuda de William English, nesta aposta que veio revolucionar a interação com os computadores. Aos 91 anos, um dos engenheiros e investigadores que ajudou a construir o primeiro "mouse" faleceu.
No final dos anos 50, depois de deixar uma carreira na Marinha, William English entrou para um laboratório de investigação no Norte da Califórnia, o Stanford Research Institute (S.R.I). Foi aí que conheceu Douglas Engelbart (falecido em 1988), um engenheiro que ambicionava construir uma "nova espécie" de computador.
Qual o equipamento pensado? Numa altura em que apenas os especialistas utilizavam computadores, Engelbart imaginou uma máquina que qualquer pessoa poderia utilizar, ao manipular imagens no ecrã. Apesar de hoje ser algo consensual, em pleno século XX foi uma ideia não tão bem acolhida por todos.
Conhecido por Bill, William English foi um dos poucos que se juntou a Douglas Engelbart. "Foi a pessoa que fez tudo acontecer", afirma Bill Duvall, que trabalhou ao lado de English durante esses anos, citado pelo The New York Times. "Se lhe dissesse algo que precisava de ser feito, ele descobria como fazê-lo", afirma.
oNLine System: o computador experimental revolucionário
O computador experimental multifacetado foi designado por oNLine System e revelado a 9 de dezembro de 1968, num evento em São Francisco, que ficou conhecido como "The Mother of All Demos”, em português "A mãe de todas as apresentações". Quando Douglas Engelbart mostrou a máquina no palco, um vídeo mostrou a interação entre o rato e o ecrã do equipamento. O computador, esse, estava a mais de 48 kms de distância, em Menlo Park, Califórnia.
Nesta demonstração foram ainda reveladas as primeiras formas de edição de texto online, videoconferência e hipertexto, através do qual se remetem links usados para navegar nas páginas web na Internet. “William English mostrou como uma interface de computador poderia, e deveria, parecer", garante Doug Fairbairn, diretor do Museu de História da Computação em Mountain View, Califórnia, citado pelo jornal norte-americano.
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