Apesar das dificuldades que afectam actualmente a indústria das Tecnologias da Informação e da Comunicação e, sobretudo, os negócios relacionados com a Internet, a utilização da Rede de redes continua a aumentar a um ritmo de crescimento exponencial em Portugal, revela um novo relatório da IDC Portugal relativo a 2003. Este é já o quarto ano consecutivo em que a empresa de estudos de mercados analisa o mercado nacional de Internet o que lhe permite avaliar que a tendência de crescimento se tem vindo a registar quer no mercado doméstico, como no empresarial.

Na última previsão divulgada pela IDC, em meados de 2002, estimava-se que em finais de 2003 mais de metade (51%) das empresas e 32 por cento dos lares portugueses iriam dispor de acesso à Internet. Na sequência de duas sondagens realizadas no seio destes mercados no início deste ano, os dados obtidos indicam que quase 70 por cento das empresas e um terço (31%) dos lares nacionais já possuíam uma ligação à Internet, o que ultrapassou em muito as expectativas dos analistas da IDC e demonstra o crescimento continuado da utilização da Net.

Este relatório, intitulado "Internet - Serviços de Acesso e Utilização, Análise e
Previsões, 2002 -
2007"
, encontra-se divido em três edições que serão publicadas ao longo deste ano, tendo a primeira - que analisa os resultados obtidos em duas sondagens realizadas junto dos consumidores e das empresas - sido
disponibilizada agora. O documento pretende analisar e acompanhar o mercado de serviços de acesso e a evolução da utilização da Internet no mercado doméstico e empresarial nacional.

A segunda edição, a ser publicada em Setembro, deverá ser dedicada à
apresentação das estimativas e previsões até 2007 dos vários serviços de
acesso disponibilizados em Portugal e na Europa Ocidental. Na ultima edição serão divulgados os resultados das sondagens realizadas no segundo semestre de 2003.

Outro dado revelado por este estudo é a confirmação do desequilíbrio existente entre as diferentes regiões de Portugal Continental. Assim, tendo em conta as respostas dos lares inquiridos, a zona de Lisboa e Vale do Tejo regista o índice mais elevado de lares em que existe uma ligação à Internet (43,9%) e com acesso há mais de dois anos - cerca de 65 por cento do total respectivo.

Em contrapartida, a zona Norte é a que possui uma menor taxa de utilização da Rede, sendo que apenas 20,6 por cento dos lares inquiridos estão online e destes, pouco mais de metade possui acesso há mais de dois anos.

Entre os factores que a IDC concluiu constituírem obstáculos a uma redução da infoexclusão no mercado dos consumidores em Portugal, constam os diferentes níveis de rendimento médio disponível nos agregados familiares e as limitações geográficas das tecnologias de acesso, sobretudo no caso da Internet por cabo.

O inquérito às empresas baseou-se numa amostra aleatória, representativa das empresas portuguesas e dos organismos da administração pública com um ou mais funcionários - excepto os sectores da saúde, ensino e os empresários por conta própria -, concebida de acordo com um plano de sondagem visando a realização de uma amostragem estratificada desproporcional de 750 empresas.

No que toca aos lares nacionais, o inquérito empregou como base uma amostra aleatória representativa das famílias tradicionais residentes em Portugal Continental com pelo menos um número de telefone fixo, recorrendo a uma amostragem estratificada de mil famílias.

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