Há cada vez mais utilizadores a queixarem-se de que estão a ficar com as contas do Facebook bloqueadas, depois de terem sido obrigadas a ativar um sistema de dupla autenticação para um acesso mais seguro à rede social. O sistema em causa foi lançado para proteger contas mais suscetíveis de serem atacadas, mas progressivamente está a ser expandido a um número maior de utilizadores. Faz parte daquilo a que a Meta, dona do Facebook, chama Facebook Protect, também dispinível em Portugal.
Os escolhidos para implementarem esta camada adicional de segurança são informados por email da decisão da rede social e na mesma mensagem ficam a conhecer o prazo limite para adotar o sistema de dupla autenticação. Muitos utilizadores estão a reportar dois tipos de problemas com esta mudança involuntária.
Alguns utilizadores não deram importância ao email do Facebook, considerando que era uma mensagem de spam, ou nem sequer viram a mensagem porque a própria mensagem foi parar à caixa de correio eletrónico não solicitado. Acabaram por deixar passar o prazo para fazer a alteração e agora não conseguem aceder às contas, nem resolver o problema seguindo as instruções dadas pela rede social.
A mensagem enviada pelo Facebook no início de março vinha do endereço security@facebookmail.com. Tinha no assunto “A sua conta requer segurança avançada da Facebook Protect” e explicava as coordenadas para ativar a alteração, que passavam por abrir um link partilhado no email e seguir as instruções. Os ingredientes para parecer uma mensagem de spam estavam lá quase todos, o que fez muitos desvalorizarem a mensagem.
Outros utilizadores, como mostram alguns exemplos recolhidos pelo The Verge, estão a tentar usar a autenticação de dois fatores, mas não conseguem entrar nas contas, porque o código que recebem por mensagem para desbloquear o início de sessão não funciona.
A expansão global do Facebook Protect foi anunciada pela Meta no início de dezembro. Nessa altura a empresa ainda referia que o programa estava direcionado a pessoas especialmente vulneráveis a ataques informáticos, por causa da sua atividade profissional. Responsáveis governamentais, jornalistas e defensores dos direitos humanos foram exemplos de atividades a caber nessa seleção de utilizadores, como referia a empresa na altura, justificando a necessidade de dar uma proteção adicional a estas contas pelo facto de estarem em causa comunidades críticas para o debate público.
O Facebook Protect introduz um sistema de autenticação de dois fatores e mecanismos de monitorização de possíveis ameaças. A empresa começou a testar o programa em 2018 e decidiu alargar o leque de utilizadores cobertos antes das eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos.
A expansão global, referia o comunicado divulgado em dezembro, foi iniciada em setembro e até àquela data já estava a ser aplicada a 950 mil contas. O plano era levar o programa a 50 novos países até final do ano - Portugal era um deles, primeiro a contas com as características já referidas, que teriam mesmo de fazer esta transição. Entretanto passou também a ser possível fazê-la de forma voluntária, como pode ver aqui.
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