Quatro empreendedores portugueses quiseram resolver a relação conflituosa que existe entre utilizadores e publicidade - em vez de ser empurrada sem opção para o consumidor final, as pessoas podem ganhar dinheiro por ver, analisar e opinar sobre uma determinada publicidade. Este é o conceito da adfamilies, a nova rede social portuguesa.

O diretor executivo da adfamilies, João da Maia Jorge, considera que atualmente a publicidade acaba por ter um papel secundário pois não é dirigida de forma correta aos utilizadores. Por esta razão é que apesar de os anúncios serem mostradas em dispositivos múltiplos, por vezes não têm impacto pois não captam a atenção das pessoas, sobretudo na Internet.

Além da visualização e da classificação, os utilizadores da adfamilies vão ser recompensados pela partilha dos anúncios através da sua "família", a rede de contactos que vai sendo criada na plataforma online. Por haver esta interação entre utilizadores é que o CEO classifica a adfamilies como uma rede social e não como um negócio online. E como diz em resposta ao TeK "todas as outras redes sociais acabam por funcionar como um negócio".

Nesta plataforma 100% portuguesa os anunciantes pagam para ter o anúncio disponível e os utilizadores recebem por criticá-lo, positiva ou negativamente. O interesse das marcas é atraído pelo número de 20 mil utilizadores que a plataforma angariou desde maio.

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João da Maia Jorge acredita que o serviço que tem estreia marcada para a próxima semana vai ajudar a criar uma relação mais direta entre pessoas e marcas. O vídeo vai ser o modo de comunicação por excelência na plataforma.

Ainda sem nada definido, algumas marcas já mostraram interesse em revelar em primeira mão publicidade na adfamilies que depois seriam distribuídas pelas restantes plataformas de divulgação, caso recebessem boas críticas.

"Quanto é que eu posso ganhar?"

Depois da explicação de como surgiu e funciona a plataforma, a pergunta que surge naturalmente é de quanto se pode faturar. A resposta é "depende". Depende da campanha que as marcas colocarem na plataforma e no dinheiro que investirem nessa distribuição. Os utilizadores vão ser remunerados com base no que as marcas pagam.

Mas João da Maia Jorge fez as contas para o TeK: "Pela nossa estimativa e falando em valores mínimos, vendo e classificando cinco a oito anúncios por dia, no final do mês os utilizadores terão um rendimento de cerca de 35 euros".


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