O YouTube está a retirar valor de rentabilização aos vídeos sobre o coronavírus. A plataforma tem por hábito ajustar o sistema de monetização de conteúdo gerado em torno de temas sensíveis e, ao que parece, já fez questão de o ajustar relativamente a este surto recente. Note que os vídeos sobre o vírus podem manter-se online, mas não vão gerar qualquer receita para o criador.

O YouTube já confirmou que o coronavírus já está a ser enquadrado no âmbito dos "temas sensíveis", pelo que todos os "vídeos focados neste tópico serão demonetizados até informação contrária", segundo avançou um porta-voz da empresa num vídeo recente.

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Atualmente, já foram confirmados mais de 95 mil casos de infeção com COVID-19 - mais de 3.200 pessoas morreram. O receio de possíveis contágios está a virar o sector tecnológico de pernas para o ar. Em jeito de prevenção, dezenas de conferências foram suspensas ou adiadas. A Apple está prestes a atravessar um período de escassez de stock de iPhones e inúmeras fábricas foram fechadas para evitar a disseminação do vírus.

Há já vários relatos de demonetização entre a comunidade de criadores. Alguns deles alegam ter apenas referido o nome da doença num vídeo que era inteiramente sobre outro tema. Outros evitaram referir o nome do vírus explicitamente, mas as abreviações também foram assinaladas pela plataforma.

Esta política é uma forma de o YouTube assegurar que as marcas não têm anúncios associados a vídeos do género. As receitas geradas com publicidade são a principal fonte de lucro da plataforma que, em 2019, perfez mais de 15 mil milhões de dólares com a venda de espaço publicitário. A empresa acredita que o posicionamento dos anúncios são parte essencial do sucesso da plataforma neste capítulo e a possibilidade de envolver o nome de uma marca com um vídeo sobre um tema sensível é um risco que a tecnológica não quer correr.