Os recentes incidentes de segurança da Zoom têm vindo a preocupar muitos utilizadores, no entanto, a popularidade da plataforma de videoconferências continua a crescer exponencialmente. Desde o início de abril, o número de utilizadores diários cresceu de 200 milhões para 300 milhões, revelou Eric Yuan, CEO da empresa, durante um webinar.
Face aos sucessivos problemas de segurança da plataforma, a empresa anunciou uma nova versão do software com uma maior ênfase na privacidade. Segundo uma publicação no blog oficial, a Zoom 5.0 conta com encriptação AES 256-bit GCM para proteger os utilizadores.
A nova versão da Zoom permite também aos utilizadores ter mais controlo das definições de segurança das reuniões, podendo protegê-las com passwords e “salas de espera” virtuais. Além disso, na Zoom 5.0 é possível reportar imediatamente incidentes de Zoombombing.
A prática de Zoombombing tem vindo a tornar-se cada vez mais frequente, chegando até a impedir o funcionamento normal das aulas à distância em Portugal e levando a Fenprof a fazer queixa à Procuradoria-Geral da República. A Polícia Judiciária conseguiu identificar o responsável pelas disrupções e apagou todos os conteúdos acerca dos incidentes que foram publicados na Internet.
Nos Estados Unidos sucedem-se acidentes semelhantes em que Internet Trolls entram em reuniões virtuais na plataforma e lançam o caos. No início de abril, o FBI dava conta de inúmeras queixas de utilizadores cujas conferências na Zoom foram interrompidas por imagens pornográficas e de ódio com linguagem ameaçadora.
Os membros de grupos extremistas antissemitas têm utilizado a técnica para atacar inúmeros serviços religiosos judeus online. A estação norte-americana WABC-TV avançou que uma reunião de congregação judaica em Nova Iorque foi interrompida por um atacante que publicou suásticas e imagens ofensivas. A CBS News noticiou o caso de uma sessão de perguntas e respostas com um Rabi em que vários Zoombombers começaram a ameaçar os participantes e a fazer referências ao Holocausto.
Recorde-se que numa recente entrevista à CNN, Eric Yuan fez um “mea culpa” relativamente aos incidentes de segurança, admitindo a Zoom foi inicialmente concebida para organizações e empresas. “Devido à crise da COVID-19 avançamos demasiado depressa”, afirmou o CEO.
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