A pandemia de COVID-19 tem levado muitas escolas a recorrerem ao Zoom para garantirem que os alunos continuam a ter aulas. No entanto, o Estado de Nova Iorque decidiu banir o uso da plataforma de videoconferências, dadas as várias queixas de problemas em relação a questões de segurança e privacidade durante o processo de registo. A alternativa dada é o Microsoft Teams, por ser mais “seguro”.
A notícia é avançada pelo site Chalkbeat, que garante ter tido acesso a um documento que foi partilhado pelos diretores das escolas, num ano em que a plataforma já ganhou mais utilizadores do que em 2019 e tem sido muito popular também no teletrabalho. "Com base na análise das preocupações documentadas, não iremos permitir mais a utilização do Zoom", pode ler-se no memorando.
Depois dos vários problemas de cibersegurança registados um pouco por todo o mundo com a plataforma, a sugestão de Nova Iorque é agora que as escolas passem a usar o Microsoft Teams "assim que possível", mais “seguro”, mas com funções semelhantes. Ainda assim, Richard Carranza, responsável por todas as escolas do Estado, não definiu uma data limite e reconheceu que a transição poderia não acontecer no imediato. Citado pelo site, o representante garante que o objetivo é que a mudança seja "gradual e moderada".
A verdade é que a transição poderá ser relativamente complicada para as escolas e famílias, já que desde meados de março que mais de uma milhão de estudantes têm recorrido ao Zoom.
Em Portugal, o serviço também tem sido utilizado por escolas e universidades. Em março, a plataforma de ensino à distância COLIBRI, que integra o Zoom, contou com mais de 63.000 utilizadores num só dia. No total, estes números significam 2.441.387 minutos passados na plataforma que permite aulas virtuais até 300 participantes e representam um aumento no número de participantes.
A decisão do Estado de Nova Iorque surge depois de várias acusações feitas à plataforma. O próprio FBI alertou na semana passada para perigos de cibersegurança ligados a serviços de comunicação como o Zoom, com diversas queixas de conferências a serem interrompidas por mensagens pornográficas ou com ameaças. Em março já a plataforma tinha sido acusada de partilhar dados analíticos com o Facebook, mesmo que os utilizadores não tivessem uma conta na rede social. Entretanto, o problema já foi resolvido.
Com a pandemia a afetar quase todo o mundo, os ciberataques diários relacionados com a COVID-19 têm quadriplicado. A pandemia está a servir de camuflagem a ataques cibernéticos e a Check Point Research afirma que está a detetar 2.600 ciberataques em média por dia, tendo mesmo registado um pico de 5.000 no dia 28 de março. Ainda assim, o volume geral mensal de ciberataques decresceu 17%.
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