A automação e as tecnologias inteligentes que lhe dão suporte, serão os grandes drivers de crescimento da economia nos próximos anos. Vão criar mecanismos para ligar de forma mais eficaz quem compra e quem vende e tecnologias como a inteligência artificial serão a grande base para criar as experiências digitais e humanas que os clientes cada vez mais procuram.

A automação será também o grande impulso para transformar as empresas em organizações mais eficientes, menos hierárquicas e menos compartimentadas, que darão lugar a estruturas mais orientadas para tarefas.

Mas há o reverso da medalha e um novo relatório da Forrester estuda o seu impacto a diferentes níveis, partindo desta estimativa: 80% do emprego vai sofrer um processo de transformação. Destas mudanças resultará o desaparecimento de 29% dos empregos que existem hoje. Serão criados outros, que contribuirão para fazer crescer o mercado de emprego em 13%, mas o saldo é negativo e a ação - rápida - das empresas e dos governos é fundamental para amortecer o impacto da transição.

Ainda assim, a empresa de estudos de mercado defende no guia The Future of Work, que não há forma de evitar algumas consequências negativas desta mudança e que é preciso ser realista em relação à capacidade de requalificar recursos.

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Estima-se o crescimento da instabilidade no emprego que, consequentemente provocará uma quebra nos benefícios associados a empregos mais estáveis. Estima-se também que, os trabalhos que acrescentem valor humano ao que a automação permite - combinação de conhecimentos em várias áreas, ensinar ou explicar - vão crescer, enquanto as profissões de caráter físico, conhecimentos e tarefas únicas tendem a “encolher”.

Menos positivo será também o agravamento do fosso entre uma elite digital e aqueles que não têm este tipo de competências e que terão dificuldade em arranjar emprego, quando o seu desaparecer.

A Forrester acredita que a crescente automação da economia também afetará em força o mercado de outsourcing, com as economias que concorrem neste cenário pelos baixos custos da mão-de-obra, a serem as mais prejudicadas. Os modelos de offshoring têm, segundo esta previsão, os dias contados.

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Defende-se por outro lado que, humanos e máquinas vão entrar num relacionamento simbiótico, em que o melhor de cada um será importante para chegar aos melhores resultados. promover esta ligação exige um esforço de todos os interlocutores, incluindo, de cada trabalhador: “Tal como as empresas têm de se transformar em locais para aprender, os empregados têm de se converter em alunos” permanentes, avisa a Forrester.