O Departamento de Estado do governo norte-americano contactou o regulador europeu, de forma informal, mostrando as suas preocupações com a multa aplicada pela Comissão Europeia à Microsoft, revela uma notícia da C|Net. A intervenção do departamento de Estado surge depois de várias críticas dos diversos quadrantes políticos, à decisão de penalizar a Microsoft em 497 milhões de euros por práticas de concorrência consideradas ilícitas.



As dúvidas dos deputados norte americanos tinham já motivado a intervenção do Departamento de Justiça americano, que acedeu a analisar as práticas consideradas anti-concorrenciais, dando agora lugar a uma medida mais concreta por parte da administração Bush.



Segundo uma fonte da C|Net o envolvimento do departamento de Estado no assunto tem como principal intenção fazer uma chamada de atenção às autoridades europeias sobre as consequências que podem resultar desta decisão, insinuando a possibilidade de estar aberta uma nova crise nas relações comerciais entre os dois continentes.



Nos muitos discursos dedicados ao tema na última semana, um dos mais polémicos foi proferido pelo senador da maioria, Bill Frist, que afirmou recear que uma decisão deste tipo abrisse uma nova guerra no comércio, desencadeada por este primeiro tiro. Para este responsável a decisão da Comissão Europeia ignora o trabalho efectuados nos últimos tempos entre o Departamento de Justiça norte-americano e várias autoridades estatais americanas relativamente às questões anti-trust, sendo igualmente insensível no que respeita aos impactos na economia americana, no emprego e nos consumidores.



A opinião dos políticos é em parte fundamentada pelo "comity agreement", um acordo estabelecido em 1991 e renovado no tempo da administração Clinton, em 1998, e que atribui aos Estados Unidos a gestão de questões relacionados com política de concorrência sempre que estejam envolvidas empresas americanas. Foi com base neste princípio que 10 Senadores, cinco republicanos e cinco democratas escreveram também a Mário Monti, mostrando o seu desagrado com a decisão, que faz recordar o polémico chumbo da fusão General Electric/Honeywell, depois de aprovado pelas autoridades da concorrência americanas.



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