A AICEP divulgou que desde o início do ano fechou quatro contratos de investimento no valor global de 44 milhões de euros, que prevêem 20 milhões de euros em incentivos e pressupõem a criação de 626 postos de trabalho. Os acordos foram assinados com a Bosch Car Multimedia (dois contratos), a Huf Portuguesa e a BIAL. Os incentivos associados aos quatro projetos são na maioria incentivos à investigação e desenvolvimento tecnológico, no valor de 17,6 milhões de euros, mais incentivos fiscais próximos dos 2,5 milhões de euros.
O projeto da Huf Portuguesa vai servir para reconverter e modernizar processos em parte da fábrica de componentes da companhia para o sector automóvel. A atualização vai permitir à empresa oferecer soluções de acesso, segurança e imobilização de veículos mais avançados, através de um novo centro de produção especializado. A unidade vai integrar processos de fabrico com tecnologia SMT, para incorporar mais eletrónica, telemática e conceitos como o “Phone As A Key”, nas suas soluções. O valor total do projeto é de 11,2 milhões de euros e dele deve resultar a criação de 422 novos postos de trabalho.
A Bial está a investir em novos medicamentos para a Doença de Parkinson, bem como em Propriedade Intelectual relacionada, num projeto de 7 milhões de euros, que vai também beneficiar de incentivos e que vai juntar mais 128 postos de trabalho aos 374 já existentes.
Os apoios contratados com a Bosch vão para dois projetos do consórcio que junta a Bosch Car Multimedia Portugal e a Universidade do Minho (em Braga). Um destes contratos foca um projeto que prevê a introdução de novos sistemas de navegação e infoentretenimento, sistemas de instrumentação, sistemas profissionais e sistemas de produção eletrónica. Tal como a iniciativa da Bial implica I&D e criação de patentes europeias de origem portuguesa. O projeto prevê um investimento total de 10,6 milhões de euros e a criação de mais 258 postos de trabalho, a juntar aos 3.571 existentes.
Um segundo projeto está direcionado à promoção de atividades de I&D relacionadas com uma nova geração de sistemas de sensores automóveis na área da condução autónoma. Tem um investimento total de 15,3 milhões de euros e previsão de criar mais 240 postos de trabalho.
“A AICEP está a trabalhar na atração de novos investimentos industriais intensivos em investigação e desenvolvimento tecnológico para todo o país. Investimentos que acrescentam valor e produtividade e apreciam as qualificações e os salários dos portugueses”, sublinha o presidente Filipe Santos Costa.
Além dos incentivos à I&DT, a AICEP gere outros sistemas de apoio ao investimento industrial e produtivo, como o Regime Contratual de Investimento (RCI), que foi relançado para projetos de “Inovação Produtiva ou de Aceleração de Investimentos Estratégicos”. Este instrumento tem neste momento uma dotação global de 1.750 milhões de euros.
Numa outra nota publicada pela Lusa, o Governo dissolveu a administração da AICEP e vai renovar toda a equipa. A mudança de administração da agência responsável por captar investimento prende-se com o objetivo de dar um "novo impulso e visão à AICEP, de acordo com o programa do Governo, segundo as mesmas fontes. Toda a equipa da administração vai ser renovada e os novos nomes poderão ainda ser conhecidos durante o dia de hoje.
Nota de redação: Adicionada a informação da dissolução da AICEP pelo Governo. Última atualização: 18h30.
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