Os acionistas da Zon decidem hoje se querem - ou não - que os atuais estatutos da empresa sejam alterados para abolir o atual limite aos direitos de voto que, no modelo em vigor, se fixa nos 10%.


A desblindagem de estatutos foi proposta pelo Banco Espírito Santo e pela Caixa Geral de Depósitos, dois acionistas de referência na empresa liderada por Rodrigo Costa, e será o único ponto na agenda da reunião.


A imprensa económica antecipa que a alteração estatutária deverá ser aprovada na assembleia-geral extraordinária. Sem se opor à mudança estarão também, além dos acionistas que a propuserem em dezembro, a Kento Holdings, empresa detida por Isabel dos Santos, a Telefónica, a Ongoing ou Joe Berardo.


A mudança de estatutos da Zon conduzirá provavelmente a uma alteração na relação de forças que controla a empresa, com os acionistas de referência a ficarem com o caminho livre para reforçar posição no capital.


A empresa liderada pela filha do presidente de Angola, que detém atualmente uma participação de 10% no capital da Zon e partilha negócios com a empresa portuguesa no seu país, é vista com uma das candidatas a reforçar a posição na Zon.


A via para o conseguir pode passar pela compra da posição da CGD, de 10,88%, o que aumentaria para 20,88% os seus direitos de voto na dona da TV Cabo.

Nota de redação: A desblindagem de estatutos da Zon foi entretanto aprovada pelos acionistas, com 93,33% dos votos.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira