
Os sistemas de energia solar continuam a ser desenvolvidos, tornando-se cada vez mais inteligentes e eficientes para serem soluções a adotar em larga escala. A empresa israelita Solargik, no contexto do crescimento na procura e adoção de energia solar, oferece uma solução tecnológica para otimizar o uso de espaços e ao mesmo tempo diminuir o impacto ambiental.
O sistema SOMA Pro é apontado como pioneiro, utilizando um software nativo de monitorização, diagnóstico e controlo de desempenho para rastreadores. Ou seja, a solução permite aos operadores de energia melhorar o rendimento, reduzir tempos de paragem e ainda obter informações sobre a operação dos parques solares.
Em entrevista ao TEK, Mo Horowitz, responsável comercial e de marketing da Solargik, explica que o SOMA Pro vai além dos tradicionais controlos e motores de painéis ao integrar inteligência artificial avançada, assim como dados de analítica em tempo real e um controlo de sistema “com elevada granularidade”. A IA permite um rastreamento preditivo, através de machine learning para analisar padrões localizados de irradiação solar, ensombramento, perfis de terrenos e ainda previsões meteorológicas.
“Estas tecnologias permitem que o SOMA Pro ajuste de forma preditiva os ângulos dos painéis com uma fiabilidade muito superior à dos algoritmos de rastreamento / seguimento fixos ou pré-definidos”, aponta Mo Horowitz. O sistema otimiza ainda zona a zona, sendo crítico para terrenos com declives, espaços irregulares ou com obstruções parciais, como, por exemplos, árvores e edifícios. Desta forma, os operadores podem otimizar o desempenho para cada grupo de painéis, maximizando o desempenho em terrenos que de outra forma teriam pior performance.

Outra vantagem associada ao SOMA Pro é a sua capacidade de ajuste dinâmico da produção para impedir a sobreprodução em períodos de limitação da produção. Durante períodos de transição de nuvens, a plataforma pode ser alinhada, assim como com ajustada à procura local ou perante os sinais de mercado. “Esta característica é especialmente apelativa para programadores que participam em mercados de serviços de rede ou que pretendam construir em locais com uma infraestrutura fraca da rede”.
Questionado sobre o papel da IA na gestão de plataformas de energia solar, salienta o papel fundamental na transformação da energia solar, de uma fonte passiva de energia para um sistema preditivo para reagir aos requisitos. A IA permite a previsão e o ajuste da produção e operação, através da utilização de modelos de previsão meteorológica em conjugação com padrões históricos de produção e as condições em tempo real. A otimização dinâmica, em que a IA analisa em permanência os dados de desempenho e ambientais da localização para ajustar o posicionamento e distribuição da carga.
Os diagnósticos avançados obtidos pela IA, permitem detetar anomalias, antecipando falhas e dessa forma aumentar o período de funcionamento, reduzindo custos de operação e manutenção. “Por último, é agora possível que os ativos solares se comportem como guardiões da rede, reduzindo ou aumentando a produção à medida que esta é necessária para assegurar a fiabilidade da rede”.
Apagão reforçou a urgência em melhorar a resiliência da rede
Apesar da empresa israelita não operar nas áreas de gestão ou distribuição da rede elétrica, Mo Horowitz considera que incidentes como o apagão de abril reforçam a urgência renovada em melhorar a resiliência da rede. “Observámos um aumento dos pedidos de informação após o apagão, especialmente por parte de promotores e operadores que buscam um maior controlo sobre os fluxos de energia, sistemas que possam suportar a estabilidade da rede através da redução inteligente da produção ou integração de soluções de armazenamento”. Mas também aponta aqueles que procuram uma autonomia acrescida em áreas isoladas ou com limitações da rede.
O especialista em energia acredita que ainda é cedo para atribuir isto diretamente a único evento, mas “seguramente que esta mudança reflete uma mudança mais alargada para uma infraestrutura mais resiliente e inteligente”.
Para a Solargik, estes eventos expõem a fragilidade de redes centralizadas e a necessidade de ativos de geração descentralizados que possam responder ao stress da rede. Aponta ainda para a necessidade de sistemas inteligentes capazes de prever e ajustar a energia disponível à volatilidade do lado da procura. Por fim, de uma total visibilidade do ecossistema de energia, com base na informação e dados disponíveis.
“Para nós, a lição é clara – a inteligência e a adaptabilidade devem estar integradas em todos os níveis da instalação da energia solar – do hardware ao software – se queremos criar um futuro da energia mais resiliente”.
A energia solar poderá ajudar a mitigar o problema, mas como explica Mo Horowitz, apenas quando é integrada com sistemas de análise e gestão. É que a energia solar isoladamente é apontada como um ativo intermitente, mas que pode funcionar como um estabilizador do sistema quando combinada com os sistemas avançados de gestão de energia, nos quais se inclui a nova solução SOMA Pro, de armazenamento e ferramentas preditivas de interface de rede. “Desta forma, é possível transformar a energia solar, que passa de um contribuidor passivo para um participante ativo na rede, ajudando a mitigar o risco dos apagões”.
A necessidade de otimização de espaços dos parques solares
Segundo Mo Horowitz, à medida que as instalações solares ganham mais escala, cresce a concorrência por espaço físico, sobretudo em zonas onde existem utilizações prioritárias de carácter agrícola, conservação ambiental ou de desenvolvimento urbano.
“A otimização da utilização de espaço assegura uma maior produção de energia por hectare, reduzindo o espaço utilizado pelos projetos, permite uma maior coexistência com outras utilizações”. Exemplo disso são os casos de instalações agrovoltaicas, que permitem custos de desenvolvimento mais baixos, por necessitar de menos espaço para atingir os objetivos previstos de capacidade dos parques solares.

Apesar da procura dos sistemas de energia solar nas casas das pessoas, a Solargik está focada em projetos de larga escala. Desta forma, o SOMA Pro não está posicionado para instalações residenciais, “uma vez que a sua força principal reside na otimização de projetos de larga escala e nos sistemas de controlo integrados, os quais são mais adequados para instalações complexas e com ligações à rede”.
A energia solar está a ser adotada a uma velocidade sem precedentes, explica o especialista que isso deve-se pelos custos terem baixados, os incentivos regulatórios e também a emergência climática. Diferentes players trabalham no esforço nacional de descarbonização, pelas empresas de comércio e indústria para cumprir os objetivos de autonomia energética e compromissos de sustentabilidade. Salienta ainda “o crescimento nas diferentes regiões em mercados como Espanha e Portugal, que beneficiam de níveis excelentes de irradiação solar e enquadramentos regulatórios maduros”.
A empresa tem registado uma crescente procura por sistemas de otimização, como é o caso do SOMA Pro, para melhorar o retorno do investimento e a capacidade de resposta da rede, sobretudo em mercados com bastante energia solar, como a Península Ibérica.
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