A Apple foi considerada culpada num caso de concertação de preços de ebooks e o departamento de justiça norte-americano salienta que a marca da maçã conspirou com as principais editoras de livros eletrónicos para aumentar os preços dos conteúdos.

A acusação que foi formalizada no ano passado, afirmava que a Apple trabalhou em conjunto com as editoras para que o preço dos ebooks aumentasse. A ideia passava por fixar os preços entre os 12,99 dólares e os 14,99 dólares, contra os 9,99 dólares praticados pela Amazon.

O acordo previa que as editoras estabelecessem elas próprias os preços de venda, fugindo aos baixos valores de comercialização impostos pela Amazon. A juíza considerou que o medo do modelo da Amazon levou a que as editoras aceitassem a proposta da Apple.

O timing da concertação de preços levanta ainda questões sobre as reais intenções da marca da maçã, já que a conspiração terá precedido o lançamento do iPad em 2010, um equipamento onde a componente de leitura sempre foi destaca pela Apple.

A juíza Denise Cote considerou que a Apple teve um papel central nas negociações na forma como a conspiração foi executada. Como escreve o The Verge, algumas declarações proferidas por Steve Jobs em 2010 também terão tido peso na decisão de condenar a Apple por práticas anticoncorrenciais.

Durante uma conversa com um jornalista, o cofundador da marca da maçã desdramatizava o valor dos livros da Amazon ao afirmar que "dentro de pouco tempo todos os preços serão os mesmos e a vantagem da Amazon vai ser eliminada". Isto em 2010.

Ainda não se sabe de quanto será a multa que a tecnológica norte-americana vai ter que pagar, pois o julgamento que vai definir o valor da coima ainda não tem data marcada.

A Apple era acusada em conjunto com seis editoras: Lagardere SCA's, Hachette Book Group Inc. e Macmillan, News Corp's, HarperCollins Publishers LLC, Pearson Plc's, Penguin Group Inc. e CBS Corp's, e Simon & Schuster Inc. Todas as empresas, menos a tecnológica, chegaram a acordo com as entidades legais por forma a evitar o julgamento.

A Apple já reagiu e revelou que vai recorrer da decisão. "Quando introduzimos a iBookstore em 2010, demos aos consumidores mais escolha, injetando inovação e competição que era necessária no mercado, quebrando o controlo monopolista da Amazon na indústria de editoras", comentou ao AllThingsD um porta-voz da Apple, Tom Neumayr.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico