
A ARM é conhecida pela sua arquitetura de semicondutores, presente na tecnologia de chips para smartphones, computadores e outros equipamentos eletrónicos. Os chips Apple Silicon, tecnologia da Nvidia ou os recentes Snapdragon X são baseados na arquitetura ARM, revelando-se poderosos, mas principalmente eficientes. Contudo, a empresa nunca avançou com a produção de um chip interno. Regra que pode mudar em breve.
É o Financial Times que avança com a notícia desta decisão, que a acontecer vai certamente abalar a indústria dos semicondutores. A ARM já terá garantido a Meta como um dos primeiros clientes e ao que é avançado, o lançamento do chip está previsto para este ano. Rene Haas, diretor executivo da ARM, vai revelar o primeiro chip que foi produzido internamente no verão, segundo fontes ligadas ao assunto.
Esta mudança de direção vai causar uma mudança na indústria, uma vez que a ARM passa de designer da arquitetura dos chips a fabricante. E com isso os seus clientes passam a ser os seus concorrentes diretos. Como será que a empresa britânica vai equilibrar a produção de chips com o fornecimento de designs aos seus parceiros, é uma dúvida que fica por responder para já. O certo é que os investidores parecem ter aceite a ideia com bons olhos, uma vez que as ações da ARM cresceram 6% depois desta informação.
De recordar que a Nvidia tentou comprar a ARM em 2021, mas o negócio foi abaixo devido aos reguladores da concorrência. A SoftBank, a maior investidora da ARM colocou a empresa novamente na bolsa. Recentemente, o fundador da SoftBank, Masayoshi Son, colocou a ARM no centro de uma estratégia para criar uma infraestrutura para inteligência artificial. O lançamento do processador é a primeira pedra num plano maior, referem pessoas anónimas ligadas ao assunto ao Financial Times.
É também avançado que a ARM é uma peça-chave, juntamente com a Microsoft, Oracle e a Nvidia na iniciativa Stargate lançada por Donald Trump, com um investimento de 500 mil milhões de dólares em inteligência artificial. O próprio bilionário Masayoshi Son esteve presente na revelação da estratégia dos Estados Unidos e em dezembro já tinha comprometido em investir 100 mil milhões de dólares em projetos no país nos próximos quatro anos.
Espera-se que o chip da ARM seja a unidade principal de processamento para os servidores, podendo depois ser personalizada para os seus clientes, neste caso a Meta. Quanto ao fabrico dos chips, poderá ficar a cargo de outsourcing, como a TSMC.
Fala-se também que a SoftBank possa estar a concluir a aquisição da Ampere, uma empresa financiada pela Oracle, que constrói chips baseados em ARM, num valor de 6,5 mil milhões de dólares. Este negócio é um dos pilares na estratégia da empresa para o início da construção de chips.
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