A Assembleia-geral da Compta, reunida ontem, votou pela continuidade da actividade da empresa que se encontra em situação de pré-falência. Num comunicado enviado à CMVM a Compta diz que os accionistas votaram "o prosseguimento da actividade da sociedade, sem prejuízo do disposto no artigo 171º do Código das Sociedades Comerciais".



O artigo mencionado refere-se às obrigações de identificação ao nível do "tipo, sede, conservatória e número do registo comercial" que as sociedades têm obrigação de divulgar em todos os seus actos, ao que acresce "a menção de que a sociedade se encontra em liquidação", quando seja caso disso.



Recorde-se que a tecnológica nacional está desde o início do ano à procura de um modelo para recuperar a empresa, que agravou os resultados em 2004 para um prejuízo de 6,7 milhões de euros e encerrou o ano com uma dívida de 30 milhões de euros.



No início de Junho a Compta recorreu ao Procedimento Extra Judicial de Conciliação com o objectivo de renegociar a dívida com os seus credores e um mês depois convocou a Assembleia Geral para definir medidas a aplicar para resolver o facto da empresa apresentar capitais próprios inferiores a metade do capital social.



A comunicação que dava conta da convocatória explicava que a situação da empresa representava um conflito com o artigo 35º do Código das Sociedades Comerciais e avançava três soluções possíveis.



Para além da que foi escolhida pelos accionistas, estavam em cima da mesa a opção de dissolver a sociedade, reduzir o capital social para um valor não inferior ao do capital próprio ou proceder a entradas de reforço de capital asseguradas pelos accionistas.



Recorde-se que a Compta se viu envolvida no ano passado no escândalo das listas de professores, por alegadamente ter fornecido ao ministério da educação uma solução tecnológica que não cumpriu os objectivos definidos.



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