A Comissão Europeia precisa de mais tempo e de mais dados para se certificar de que a compra da Sun pela Oracle não significa preços mais altos para os consumidores e menos hipótese de escolha, ao nível do software para bases de dados.

Para o fazer estende o prazo de análise do negócio por mais 90 dias, aprofundando a investigação pela qual têm de passar todos os negócios com potencial para afectar a concorrência no espaço europeu. Uma decisão final sobre o caso pode agora ser protelada até 19 de Janeiro do próximo ano, limite dos 90 dias.

Neelie Kroes, comissária europeia da concorrência, justifica o prolongamento da investigação com o facto de estar em causa "a compra pela detentora da maior base de dados proprietária, da promotora da mais importante base de dados open source".

"No actual contexto económico todas as empresas andam à procura de soluções TI mais atractivas em termos de preço e os sistemas baseados em código aberto estão a emergir rapidamente como uma alternativa às soluções proprietárias", continua a comissária, para quem a CE deve fazer tudo para assegurar a continuidade dessas alternativas.

A situação que irá resultar da fusão de duas empresas com produtos concorrentes como são as bases de dados proprietárias da Oracle e o MySQL usado na base de produtos de várias empresas são preocupações que também foram analisadas pelo regulador norte-americano.

Nesta análise não foram no entanto encontrados perigos que justificassem o bloqueio do negócio ou a aplicação de condicionantes, conforme se comprova pela decisão recentemente divulgada.

A CE quer provas de que a Oracle pretende continuar a assegurar o desenvolvimento do MySQL, na mesma linha de produto open source que tem sido até aqui, por considerar que o mercado de bases de dados já é excessivamente concentrado e não devem existir novos movimentos nesse sentido.

Os números apresentados revelam que 85 por cento das receitas geradas na Europa nesta área seguem para a Oracle, IBM e Microsoft.