A Comissão Europeia (CE) propôs na passada sexta-feira a implementação de um pacote de medidas que têm como objectivo impedir a saída da Europa de cientistas em trânsito normalmente para os EUA ou outros países onde as condições de trabalho são mais aliciantes.



"Investigadores na Área de Pesquisa na Europa: uma profissão, múltiplas carreiras" é o nome do documento elaborado pela CE que tem como objectivo identificar os factores de maior impacto no desenvolvimento das carreiras destes profissionais, nomeadamente os métodos de recrutamento, condições de emprego, mecanismos de avaliação e desenvolvimento de carreiras. Além disto a Comissão propõe a tomada de medidas concretas de forma a melhorar o diálogo e a troca de informação entre investigadores e consequentemente estabelecer um mercado de trabalho competitivo na área da pesquisa à escala europeia.



De entre um vasto leque de medidas, o documento realça algumas emblemáticas como: o lançamento da "Carta dos Investigadores Europeus", destinada à gestão de carreiras e recursos humanos em Pesquisa a Desenvolvimento (P&D); a criação do "Código de Conduta para o Recrutamento de Investigadores" a nível europeu; o desenvolvimento de uma moldura para registo e reconhecimento das realizações profissionais de investigadores ao longo das suas carreiras, incluindo a identificação de ferramentas destinadas ao aumento da transparência das suas qualificações e competências em diferentes áreas; a criação de uma plataforma para o diálogo social entre investigadores; o desenvolvimento de instrumentos apropriados que tenham em atenção a necessária evolução do conteúdo do objecto das pesquisas.



Outra das medidas chave desta iniciativa é o fomento da mobilidade dos investigadores através do reforço do programa "Uma Estratégia de Mobilidade para os Investigadores Europeus", iniciado em 2001. Com uma série de medidas bem concretas, este programa visa uma redistribuição dos investigadores europeus pelo velho continente fazendo chegar estes profissinais a áreas geográficas mais carenciadas deste tipo de trabalhadores.



Com todas estas medidas a CE espera aumentar o número de investigadores na Europa, que, no momento é de 5,36 por cada mil habitantes (enquanto nos EUA é de 8,66 e no Japão de 9,72) - isto apesar da Europa possuir mais licenciados nesta área do que os Estados Unidos da América.



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