Centros de Saúde portugueses com presença insignificante na Internet

7 out 2004 09:31

Este artigo tem mais de 19 anos

A percentagem de Centros de Saúde portugueses com websites não chega aos 3%, uma presença considerada insignificante pelo Grupo de Investigação e Desenvolvimento em Informática Médica da Universidade Fernando Pessoa.

O GIMED (Grupo de Investigação e Desenvolvimento em Informática Médica) da Universidade Fernando Pessoa concluiu recentemente uma análise à presença dos Centros de Saúde de Portugal Continental na Internet. O estudo conclui que a presença destes organismos na Internet é insignificante e que a qualidade da esmagadora maioria dos sites é primária.

No documento o GIMED lembra que os temas relacionados com a Saúde são das áreas que mais pesquisas e consultas motivam na Internet, segundo análises internacionais, e que os Centros de Saúde têm um papel de informação importante já que são o primeiro recurso em termos de prestação de cuidados aos cidadãos. Por isso mesmo a presença na Internet destes organismos é considerada um exemplo de aplicação de TIC na área da saúde, quer através da disponibilização de conteúdos, quer da facilitação da comunicação e da prestação de serviços.

O estudo adianta ainda que "para além de ser fulcral a inserção da área da saúde no mundo electrónico, ela tem que constituir uma mais-valia para os utentes, funcionários e responsáveis dos Centros de Saúde".

A análise aos sítios dos Centros de Saúde foi feita numa perspectiva de avaliação das presenças online e da sua qualidade. Quer um quer outro critério tiveram avaliações baixas, para as quais o GIMED não conseguiu porém identificar as razões.

Dos 362 Centros de Saúde existentes no Continente, o GIMED encontrou apenas 10 websites, o que corresponde a menos de 3 por cento de representatividade. Este valor desce para 2,66% quando o alvo da análise é alargado às ilhas da Madeira e dos Açores, considerando o Universo total de 414 Centros de Saúde.

Os melhores resultados em termos de presença web nas sub-regiões de saúde foram encontrados em Bragança, Braga e Beja, mas a maioria das sub-regiões (11 num total de 19) não tem qualquer Centro de Saúde com presença na Internet, figurando neste grupo o Porto, Guarda, Évora e Faro, entre outros.

Em termos de qualidade dos sites o panorama é também bastante negativo. Dos 10 sítios analisados apenas 2 (20%) atingirem classificação positiva num conjunto de 77 atributos de qualidade considerados. O GIMED adianta ainda que o Sítio Web do Centro de Saúde de Carnaxide foi o melhor classificado já que “apesar de ainda não se encontrar num patamar de qualidade de excelência, destacava-se positiva e largamente da mediania e mediocridade dos demais".