Um novo estudo calcula que a economia alemã possa este ano sofrer um impacto negativo do cibercrime na ordem dos 206 mil milhões de euros. O cálculo considera os prejuízos relacionados com o roubo de dados e equipamento de tecnologias de informação, sabotagem e espionagem industrial.

As contas da associação digital local Bitkom, citadas pela Reuters, resultam de um inquérito a mais de 1.000 empresas e pelo terceiro ano consecutivo estimam que o cibercrime gere prejuízos acima dos 200 mil milhões de euros, numa economia que é uma das mais atrativas da Europa, pela sua dimensão e dinâmica.

Cerca de três quartos das empresas inquiridas foram alvo de ataques informáticos nos 12 meses anteriores à pesquisa , ainda assim menos que no ano anterior, quando 84% tinham respondido positivamente à mesma questão. Para a associação que fez o estudo, a descida é um sinal positivo, a indicar que as medidas protetivas em que as empresas apostam cada vez mais estão a produzir efeitos.

Banca e infraestruturas digitais entre os setores mais afetados por ciberataques em 2021
Banca e infraestruturas digitais entre os setores mais afetados por ciberataques em 2021
Ver artigo

Entre as empresas atacadas, a maioria (70%) foi alvo de roubo de dados e 61% de ações de espionagem às suas comunicações. Nos dois casos, as respostas evidenciam um aumento que é de 7 pontos percentuais, no que se refere aos dados roubados, como consequência de um ataque informático e de 4 pontos percentuais nas ações de espionagem.

A Bitkom também sublinha que a economia alemã é um alvo altamente atrativo para os cibercriminosos e Estados hostis. “As fronteiras entre crime organizado e atores controlados por Estados são difusas” admite Ralf Wintergerst, presidente da associação.

As empresas parecem estar cada vez mais conscientes das ameaças que enfrentam, no último ano, o número de companhias locais que passaram a ter a perceção que os ciberataques são uma ameaça existencial para o seu negócio aumentou e mais de metade (52%) já consideraram que sim, contra 45% no ano passado.