O volume de crescimento de receitas da Claranet tem sido positivo nos últimos dois anos e ainda este ano a empresa criou em Portugal um centro de competências que serve as operações internacionais do Grupo, e que está novamente a contratar recursos. Em entrevista ao TeK, António Miguel Ferreira, Managing Director da Claranet Portugal, confirmou porém que as ambições da empresa não param por aqui

“Estamos a considerar a possibilidade de novas aquisições este ano”, admitiu, apesar de não querer especificar de forma mais concreta, adiantando apenas que a Claranet está a analisar 2 ou 3 áreas de serviços de IT que são complementares à oferta atual da empresa.

Nos últimos anos a Claranet tem vindo a realizar algumas aquisições que reforçam as suas competências e infraestruturas, como a compra da Flesk Telecom em 2014, que alargou para 5 o número de centros de dados localizados em Portugal, e a Inok Consulting em 2015, na área dos managed services.

O objetivo é duplicar o volume de negócios em Portugal nos próximos 2 a 3 anos, um aumento que pressupõe também um crescimento dos recursos humanos, aproximadamente com o mesmo ritmo. A Claranet tem atualmente a decorrer um processo de recrutamento para 24 engenheiros e até final do ano conta contratar mais 30 recursos em Portugal, reforçando a aposta na área de Segurança.

Atualmente a Claranet já presta alguns serviços na área da segurança, em particular na segurança de perímetro, com implementação e gestão de firewalls, VPNs, monitorização, mas a empresa pretende alargar a aposta nesta área “para termos um portfolio mais completo e poder assim oferecer uma solução mais global aos nossos clientes”, explica António Miguel Ferreira. “O tema da segurança tem estado no topo da agenda dos nossos clientes, de acordo com os estudos de mercado que realizamos. Portanto, é uma área onde pretendemos aumentar o nosso investimento”.

Esta área de segurança apresenta um potencial de crescimento acima das outras áreas de negócio e o diretor da Claranet admite que pode representar 15% a 20% do volume de negócios daqui a 3 anos.

Embora reconheça que o mercado das TI como um todo está relativamente estagnado em Portugal, António Miguel Ferreira explica que houve um ligeiro crescimento no ano passado que se manterá este ano, o que não quer dizer que não existam áreas mais dinâmicas do que outras. “A integração tradicional de tecnologias, em ambiente on-premises (em datacenter de cliente), é uma área que está a diminuir de importância. Os clientes têm privilegiado a migração para datacenter de prestadores (clouds privadas), para a cloud pública ou em ambientes híbridos. A escala, flexibilidade e atualidade tecnológica deste tipo de serviços (em datacenter ou clouds públicas), além do respetivo custo, são fatores determinantes. Sem falar na complexidade tecnológica, que tem aumentado e se tem tornado incomportável para os clientes, sem o auxílio de um parceiro. Esta tendência de migração tem vindo a aumentar”, explica.

“A Claranet, que já promove este modelo há mais de 15 anos, tem uma experiência ímpar no mercado nacional e é o prestador de serviços mais bem posicionado para esta transição. Não só temos 5 datacenters em território nacional e, portanto, grande experiência na gestão de infraestruturas críticas de TI, como também somos parceiros Azure e AWS, com os níveis máximos e competências de ambos os prestadores. O reconhecimento de líder que obtemos da Gartner há 3 anos seguidos, comprova-o, somos líderes em "cloud-based managed hosting” na Europa”, justifica António Miguel Ferreira.

Já no que diz respeito à adoção da Cloud, António Miguel Ferreira constata duas realidades. Por um lado as startups e empresas tecnológicas, que constroem aplicações nativas na Cloud, por outro lado as empresas de média e grande dimensão, não tecnológicas, que têm um legado de IT que pode migrar para a Cloud, num processo mais complexo de mais longo prazo. “Daqui a alguns anos estaremos, de uma forma geral, a tirar verdadeiramente partido dos benefícios da Cloud, quando tivermos feito a reengenharia e otimização das aplicações, para tirarem partido da diversidade de serviços oferecidos pela Cloud. Mas é preciso começar essa jornada agora”, avisa.