A Microsoft vai poder, por fim, “deitar a mão” à rede social para profissionais, depois de cerca de seis meses a negociar com as autoridades europeias, que desde o início expressaram preocupações relativamente à consolidação monopolista do mercado.
No entanto, esta aquisição, a maior alguma vez feita pela Microsoft, está sujeita a condições impostas pela Comissão Europeia (CE), para assegurar que a concorrência saudável no continente é mantida, ao nível do mercado das plataformas digitais para profissionais.
A comissária europeia com a tutela das atividades concorrenciais, Margrethe Vestager, acredita que as condições estabelecidas pela CE ao negócio vão manter uma competição saudável no mercado pan-europeu destas redes digitais e garantir que os cidadãos do “bloco dos 28” possam continuar a tirar partido de um leque de opções diversificado.
De acordo com informações oficiais, as principais preocupações de Bruxelas estavam associadas à eventualidade de a Microsoft fazer uso da sua posição privilegiada no mundo do software para alavancar o negócio do LinkedIn, de tal forma que tornasse impossível a concorrência saudável na Europa e a emergência de novas plataformas.
Outro receio avançado prendia-se com a possibilidade de a gigante de Redmond, com este negócio, poder conquistar o monopólio do segmento de CRM, ou de software de gestão de relação com o cliente. No entanto, a CE concluiu que a tecnológica norte-americana não é “um peso pesado” na esfera do CRM e que, mesmo que juntasse as capacidades do LinkedIn nesta área às suas, não conseguiria eclipsar a forte competição, feita por nomes como a Oracle, a SAP ou a Salesforce.
A publicidade online também foi alvo da investigação da Comissão, que aferiu que a participação combinada das duas empresas neste segmento na Área Económica Europeia não é assim tão elevada que provoque um desequilíbrio debilitante no mercado.
Para se assegurar de que a fusão está em linha com aquilo que a CE considera ser os parâmetros para uma concorrência positiva e fértil na Europa, a Microsoft comprometeu-se a permitir que os fabricantes de computadores com o sistema operativo Windows poderiam optar por não pré-instalar o LinkedIn nos seus equipamentos. Caso optem por fazê-lo, deve ser permitido ao utilizador desinstalá-lo, caso assim queira.
A Microsoft também afiançou às autoridades europeias que não vai colocar qualquer entrave à utilização dos seus programas de produtividade por parte de outras redes sociais para profissionais, nem ao acesso aos dados contidos na sua cloud.
A Comissão Europeia avança que a concretização desde negócio está condicionada à satisfação total destes compromissos por um período de cinco anos.
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