De acordo com a edição de 2002 do relatório O Observador "Estudo sobre os Comportamentos, Atitudes e Expectativas de Consumidores e Empresas em Portugal", apresentado esta semana pela Cetelem, filial do Europeu de Crédito ao Consumo, o número de pessoas que utiliza ou acede regularmente à Internet cresceu de 44 por cento em 2001 para 49 por cento já este ano. Mas, se a percentagem de cibernautas aumentou, o número de consumidores online continua aquém das expectativas.



Na realidade, 79 por cento dos inquiridos neste estudo que costumam aceder à Net nunca se tornaram consumidores, um cenário que se agrava no que diz respeito às mulheres e à população com menos rendimentos, que apresentam 84 por cento de não consumidores, cada.



Em relação à utilização da Internet pelo meio empresarial, cerca de 63 por cento das empresas inquiridas revela utilizá-la. Entre as funcionalidades mais usadas em 2001 destaca-se a procura de informação (80 por cento), o correio electrónico (62 por cento), a presença através de site (38 por cento), a comercialização de produtos (16 por cento) e a prestação de esclarecimentos (12 por cento).



Mas, se para 16 por cento a Internet é também um meio de venda, uma percentagem de 37 por cento não marca sequer presença online. De salientar apenas que a utilização do email e da presença na Net através de um site Web desceram um ponto percentual em relação ao apurado em 2000.



Entre as razões para um interesse tão reduzido no comércio electrónico, a possibilidade de abuso de dados, a transmissão de vírus que possam danificar o computador, o receio da encomenda não chegar nas melhores condições e a impossibilidade de tocar no artigo antes de o adquirir são as mais citadas. Refira-se que estas se agravam quando falamos de uma empresa ou loja desconhecida.



Para os que compram – dos quais 3 por cento compram regularmente e 18 por cento esporadicamente – os livros, CDs e filmes ocupam o lugar cimeiro na lista dos produtos mais procurados, com 54 por cento das preferências. Segue-se o material informático com 30 por cento, o vestuário e os electrodomésticos com percentagem igual de 11 por cento, os bilhetes do cinema obtêm 10 por cento e as compras em supermercados virtuais e as viagens e bilhetes de avião ficam-se pelos 8 por cento cada.



Segundo esta análise, a maioria dos cibernautas nacionais é jovem, pertence à classe média alta e habita nas áreas urbanas e litoral. Trinta e quatro por cento navega na Internet diariamente, sendo que os locais de eleição para aceder à Net são a casa (com 71 por cento), o emprego (com 40 por cento), a escola (com 12 por cento), ficando os locais públicos em último com apenas 3 por cento.



Para a realização deste inquérito foram colocadas questões a 614 indivíduos em Portugal Continental e a 200 empresas do comércio a retalho com as quais a Cetelem tem acordos de parceria em 2001. No que diz respeito às conclusões relativas a 2002, foram questionadas 401 pessoas residentes no continente e, novamente, 200 firmas.



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