Depois de ontem o Estado ter travado a intenção de venda, pela maioria dos accionistas da PT, da posição do incumbente português na Vivo à espanhola Telefónica esperam-se desenvolvimentos cruciais para resolver a questão. Depois de ter digerido o veto do Estado ao negócio de 7,15 mil milhões de euros, o incumbente espanhol anunciou que estenderia o prazo de vigência da oferta até ao próximo dia 16 de Julho.



A nova data permite à empresa esperar pela decisão do tribunal europeu de justiça, a propósito da golden share do Estado na PT, que é esperada para o próximo dia 8 de Julho. E em relação a esta decisão poucas dúvidas restam de que o organismo não será favorável à manutenção dos direitos especiais.



É previsível que o tribunal faça eco da posição defendida pela Comissão Europeia em relação a esta matéria que considera este tipo de direitos especiais contra os princípios de funcionamento do mercado, definidos na legislação europeia.



A administração da PT, que reuniu ontem de emergência após o desfecho da Assembleia-geral, emitiu já à noite um comunicado onde explica que, tendo em conta a extensão do prazo da oferta da Telefónica, vai durante o período pedir mais pareceres jurídicos sobre a viabilidade do veto do Estado e reunir novamente o conselho. A emprensa económica garante que a administração da PT foi surpreendida pelo veto do Estado e que tinha aliás garantido aos accionistas, no road show antes da AG, que este não era tema que permitisse activar a posição pública e condicionar o negócio. Zeinal Bava reiterou por diversas vezes que a decisão dos accionistas prevaleceria.



Percorrendo a imprensa desta manhã e até tendo em conta o prolongamento do prazo da oferta, as opiniões de que o incumbente espanhol continuará na luta pelo controlo da Vivo são unânimes. Alguns defendem que a recusa da proposta directa de compra no negócio do Brasil pode conduzir a uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) sobre a Portugal Telecom. Muitos especialistas dão antes como certa a convocação de uma nova Assembleia-geral de accionistas, já depois de conhecida a decisão do tribunal europeu de justiça.