A dispersão causada pela variedade de cursos e a falta de aposta no ensino tecnológico durante o percurso escolar básico e secundário são algumas das razões que podem justificar o sucedido.

De acordo com os dados publicados pela Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES), dos cerca de 1.900 cursos existentes no ensino superior, a área das engenharias foi uma das que registou mais vagas por ocupar na primeira fase de candidatura (3.431 no total).

"Foram criados cursos como cogumelos, com o nome de engenharia. E sem uma estruturação adequada e uma forma inteligente de desenvolver cursos com empregabilidade fácil, a oferta foi muito superior à procura", disse à TSF Carlos Matias Ramos, bastonário da Ordem dos Engenheiros.

Dos cerca de 40 cursos universitários disponibilizados em Portugal na área das TIC, um não registou qualquer candidatura - Tecnologias de Informação e Comunicação, da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro -, três obtiveram cinco ou menos candidaturas e outros três registaram entre 6 e 10 candidaturas.

Por outro lado, 18 cursos, de sete instituições de ensino universitário, viram o número de lugares preenchido na sua totalidade, sendo que em dois casos foram abertas vagas excepcionais.

Confirme os cursos universitários da área das TIC e respetivas vagas preenchidas no quadro seguinte:

[caption]Cursos Universitários na área das TIC[/caption]

No geral, conseguiram vaga no ensino superior universitário ou superior 93% dos candidatos na primeira fase do concurso, ou seja 37.415 alunos. É a percentagem de entradas mais elevada na primeira fase desde, pelo menos, 2003, último ano para o qual o Ministério da Educação forneceu estatísticas.

Segundo o Executivo, 60% dos alunos conseguiram entrar no curso que escolheram em primeiro lugar (nos boletins de candidatura podem ser escolhidas seis hipóteses).

A apresentação da candidatura à segunda fase do concurso nacional de acesso decorre até ao próximo dia 20 de setembro, abrangendo as mais de 14 mil vagas remanescentes da primeira fase e também os lugares que sobram dos concursos especiais e aqueles que, tendo sido ocupados na primeira fase do concurso, acabem por não resultar em matrícula e inscrição.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico