Ainda se lembra do Mimo da TMN? Foi um dos produtos que saiu do laboratório de inovação da Portugal Telecom em Aveiro, que há quatro anos se transformou em Altice Labs, mas este é apenas um dos exemplos de inovação que foram criados neste campus, que nos últimos anos tem tido também um foco especial na fibra ótica e no 5G.
Foram criados em Aveiro mas conseguiram uma projeção internacional, numa lógica de produtização empresarial que vai muito além do alcance da própria Altice, chegando já a 60 países e garantindo que mais de 60% da faturação da Altice Labs já é resultado do negócios internacional.
O quarto aniversário do centro de inovação é também o momento de abrir as portas e partilhar os projetos que estão em desenvolvimento dentro dos laboratórios, como o desenvolvimento do 6G com o consórcio Terra Nova, mas também tecnologias para o desenvolvimento do Wi-Fi, para a saúde e deteção de radiações solares. “A melhor forma de antecipar o futuro é criá-lo e há uma palavra que podia caracterizar o que fazemos no Altice Labs, é ousar, e ousamos sempre”, afirmou Alcino Lavrador, responsável pelo Altice Labs na conferência de aniversário.
Um dos projetos que pode chegar mais rapidamente aos clientes da MEO é o dos extensores de Wi-Fi, que está a ser preparado ainda em laboratório e com desenvolvimentos que estão a ser patenteados. A ideia é fazer uma ligação aos routers de fibra lançados em 2017, e que já têm uma versão Wi-Fi 6, para ligar equipamentos que vão criar uma rede mesh, com possibilidade de roaming entre dispositivos.
“De forma inteligente, vai ter uma aplicação para utilizador para identificar onde colocar, controle parental de desligar o Wi-Fi”, explicou Alcino Lavrador num encontro com jornalistas à margem do evento. “É tecnologia nossa, proprietária, numa lógica quase de hotspot em casa”, justifica. Até ao Verão os extensores podem chegar aos clientes da MEO, numa lógica de serviço, mas também em modelo comercial.
“É um primeiro passo para a casa coberta com Wi-Fi”, anota, adiantando que também há desenvolvimento na prioritização do tráfego, consoante o tipo de conteúdo que o equipamento está a consumir. E o próximo passo? Será a possibilidade de ter um “orquestrador” de equipamentos IoT, com lógicas definidas, com controle por voz, em ações que têm impacto na vida digital.
O nome deste projeto, ainda provisório, é o smart home hub, onde o router é mais uma vez o ponto central, mas na verdade as várias iniciativas de investigação interligam-se, e vão ter continuidade no Wi-Fi 7 que está já em desenvolvimento. Entre os projetos em demonstração está a BotSchool, que desenvolve a linguagem natural, com texto to speach e machine learning que foi desenvolvido na Altice Labs, uma área em expansão.
Saúde e deteção de radiações solares UVB
Alguns dos projetos desenvolvidos no Altice Labs são feitos em parceria com outras entidades, e esse é o caso do Solar Keeper, uma investigação para deteção de radiações solares UVB que pretendem ajudar a identificar condições nocivas para a saúde, em especial com efeitos no cancro da pele, mas também na agricultura e nos incêndios. Através de pranchas de Surf é possível fazer a deteção destas radiações, que podem ser partilhadas globalmente para um controle mais eficaz, e que podem ser combinadas com outros sensores.
Em Portugal, os placares estáticos do projeto “Solar Keeper – SAP” podem ser instalados em praias, escolas, entre outros, incluem áreas de informação destinadas às precauções a adotar em função da incidência UVB indicada. Os parceiros do projeto, entre os quais o ISN – Instituto de Socorros a Náufragos e a ABAE – Associação Bandeira Azul da Europa, têm também acesso a um sistema de comunicações eletrónico, dedicado à atualização quinzenal de informação referente à qualidade da água de banhos e da areia.
O projeto ainda está no início mas a Altice Labs vai ter a responsabilidade da recolha, tratamento e arquivo dos dados da rede/grelha de sensorização UVB, groundlevel, e da sua disponibilização para as entidades interessadas. Será também responsável pelo desenvolvimento de uma solução a implementar nas “pranchas” para informação ao público dos dados de sensorização UVB da quadrícula correspondente, assim como outras informações relevantes, como as meteorológicas, de marés, de qualidade da água e areia, de risco de incêndios, entre outros.
Na saúde há várias iniciativas dentro do Altice Labs, como o Medigraf, uma solução de telemedicina que é usada há mais de 20 anos mas que tem evoluído, oferecendo um ambiente colaborativo e seguro com serviços de videoconferência e de partilha de dados clínicos, e permitindo um diagnóstico comum independentemente da distância.
Na área da gestão de serviços de cuidados dirigidos à população com mais fragilidade, como doenças crónicas ou idade avançada, o Altice Labs tem o SmartAL, que está focado na simplificação e na promoção da saúde das pessoas, bem como no apoio social e nas condições de segurança das mesmas.
Os telefones não são usados mas também se transformam
Este ano a Altice Labs lançou o desafio aos seus colaboradores para usarem os telefones antigos e os transformaram, e a exposição tem algumas peças interessantes e imaginativas, que mostram que nada se perde, tudo se transformam. Mais avançado é o projeto CABINE IMERSIVA, que promete dar uma segunda vida a velhas cabines telefónicas transformando-as num sistema interactivo de visualização imersiva de vídeo 360°, sem necessidade de utilização de headset, óculos ou dispositivos similares.
Quando se entra na cabine já não se pode fazer uma chamada telefónica, mas o utilizador pode sentir-se transportado para o comando de um veículo com vista para um cenário tridimensional, ou outras imagens que são provenientes de uma biblioteca de vídeos disponíveis para os headsets de realidade virtual, mas que aqui são projetados em ecrãs integrados na cabine.
A ideia é criar um ambiente artificial que substitui de forma convincente o mundo real e o seu meio envolvente. Com isto consegue-se uma experiência enriquecedora multissensorial, que rodeia e transporta o utilizador para o centro do ambiente virtual. É também uma forma de ser projetado para o futuro, mas no espaço do campus do Altice Labs há muitas razões para isso, mesmo que só se possam conhecer ainda uma parte dos projetos que aqui são desenvolvidos.
Este mês estamos a celebrar os 20 anos do SAPO TeK. Saiba mais em https://tek.sapo.pt/tag/SAPOTEK20anos
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