Dubai é uma cidade quente, podendo atingir os 38.ºC no verão, com valores que atingem os 31.ºC durante o resto do ano. Reduzir a temperatura e melhorar a qualidade do ar, melhorar a mobilidade, a vida comunitária são alguns dos objetivos do projeto “Dubai Green Spine”, que quer redefinir a mobilidade urbana e tornar a cidade num exemplo de sustentabilidade urbana.

O projeto foi concebido pela Urb, os mesmos mentores de projetos pioneiros como o Dubai Reefs Project, o Dubai Mangroves e o The Loop no Dubai, e tem uma abordagem centrada no ser humano, dando prioridade às pessoas e aos espaços verdes em detrimento dos automóveis.

Com aquelas temperaturas, as pessoas preferem ficar em casa, nos condomínios fechados ou deslocar-se em carros com ar condicionado. Mas, com este projeto, que substitui a estrada Sheikh Mohammad Bin Zayed Road, será criado um corredor urbano sustentável com caminhos elevados e ao nível do solo, repletos de vegetação e espaços públicos multifuncionais.

O Green Spine prevê a introdução de uma extensa vegetação, promover o transporte não motorizado e integra fontes de energia renováveis, reduzindo a pegada de carbono da cidade. Serão criados percursos acessíveis, seguros e atrativos para deslocações pendulares e de lazer, melhorando a qualidade geral da vida urbana.

Veja na galeria imagens de como poderá ser Dubai no futuro:

O projeto incorpora tecnologia de ponta e princípios de planeamento urbano inteligente. Inclui infraestruturas com base na Internet das Coisas (IoT), sistemas de gestão de tráfego em tempo real e edifícios energeticamente eficientes, tendo como referência as soluções para cidades inteligentes. Integrará também um grande parque de painéis solares, que produzirá 300 megawatts para alimentar a nova infraestrutura e mais de 130 mil casas à sua volta.

Segundo a Urb, a Green Spine reduzirá substancialmente as emissões de CO2 graças à energia solar, combinada com edifícios energeticamente eficientes, percursos pedonais e cicláveis e milhares de sensores e infraestruturas eletrónicas concebidas para gerir o tráfego. Além disso, e tendo em conta a escassez de água na região, o corredor verde foi concebido para utilizar significativamente menos água do que os espaços verdes convencionais, adotando estratégias adicionais passivas e ativas de poupança de água.

Veja o vídeo do projeto para o Dubai:

https://www.youtube.com/watch?v=Q4zP1nFSK_E

Serão plantadas espécies como a árvore de Ghaf (Prosopis cineraria), a tamareira (Phoenix dactylifera) e a árvore de Sidra (Ziziphus spina-christi), “consideradas maravilhas botânicas devido à sua capacidade de se desenvolverem em ambientes áridos onde a maioria das plantas morreria”, explicam responsáveis da Urb.

O projeto agora anunciado, e sem calendário de execução disponível, cobre as necessidades da população atual, mas é também adaptável aos futuros avanços tecnológicos e desafios ambientais, estando ainda alinhado com o plano diretor urbano Dubai 2040, que prevê o crescimento da cidade para quase oito milhões de habitantes. Este plano visa melhorar a mobilidade urbana e a qualidade ambiental e criar um espaço comunitário vibrante e sustentável que sirva de modelo para o futuro desenvolvimento urbano global, como explicam os promotores.

O CEO da URB, Baharash Bagherian, explica que “o projeto Dubai Green Spine não tem apenas que ver com trânsito; tem que ver com a transformação da funcionalidade urbana, tornando a cidade mais habitável e centrada no ser humano. Este projeto exemplifica o profundo impacto que um planeamento urbano integrado e ponderado pode ter na saúde e vitalidade de uma cidade”.

Através da Green Spine será possível viajar com mais rapidez, mas também parar com mais conforto. Ao longo da via serão construídos centros comerciais e culturais, contribuindo para oportunidades económicas e interações entre as pessoas, unindo diversos bairros num tecido urbano coeso.