A multinacional portuguesa PHC Software continuou o seu percurso de crescimento em 2021, ultrapassando novamente os 13 milhões de euros de resultados globais, e alcançando o sétimo ano consecutivo a bater recordes de vendas.
Para isso contribuiu o aumento global de 8% em venda de licenças de software, e um crescimento internacional de 25%. A empresa está presente em cinco países, distribuídos por três continentes: além dos seus escritórios em Lisboa e no Porto, a PHC tem atividade internacional em Maputo (Moçambique) desde 2000, em Luanda (Angola) desde 2004, em Madrid (Espanha) desde 2007 e em Lima (Peru) desde 2015.
Estes resultados são acompanhados também de uma continuação do crescimento em diversas frentes, sendo que a PHC conta neste momento com mais de 35 mil empresas a usarem o seu software, distribuídas por 25 países, e regista, ainda, o número recorde de mais de 162 mil utilizadores de software. O número de colaboradores aumentou e é agora de 233, espalhados por Oeiras, Porto, Madrid, Lima, Luanda e Maputo. Adicionalmente, a aposta em inovação, continuou a ser uma prioridade para a expansão da PHC em 2021, com um investimento em Inovação & Desenvolvimento que ultrapassou os dois milhões de euros, crescendo 5,4%.
Como objetivos para 2022, a PHC Software pretende consolidar a presença nos mercados atuais, a nível de parceiros e clientes, sem descartar a análise de novos mercados como maior possibilidade de fazer chegar as soluções da empresa a outras partes do mundo, sublinha Ricardo Parreira, CEO da PHC Software, em entrevista ao SAPO TEK.
SAPO TeK: Que aspetos marcam a estratégia da PHC para 2022? E a mais longo prazo?
Ricardo Parreira: Ao nível da nossa oferta, estamos focados em três grandes eixos e 2022. Primeiro, acelerar a gestão as pequenas empresas com software de gestão na cloud à medida das suas necessidades e para melhorar a sua relação com os contabilistas. Depois, acelerar a digitalização de processos das médias empresas em áreas relacionadas que podem ser automatizadas e melhoradas com recurso a inteligência artificial, como é o caso dos temas relacionados com FinTech. E também proporcionar às empresas ferramentas que deem resposta aos novos modelos de trabalho, mais ágeis, e à gestão de talento, como é o caso da chamada gestão por OKR (objectives and key results) e das ferramentas de human capital management.
Depois, estamos muito focados no nosso crescimento internacional, que teve um aumento de 21% dos seus resultados financeiros, em proporcionar a melhor experiência de trabalho aos nossos colaboradores, e a ajudar a nossa comunidade de parceiros a apoiar e implementar as melhores soluções para os nossos clientes (quer com o desenvolvimento de ferramentas, quer pela partilha e documentação de conhecimento PHC).
SAPO TeK: Mudou alguma coisa face aos dois anos de pandemia? Que “ensinamentos” ficaram para o futuro?
R.P.: Assistimos nos últimos dois anos a uma grande preocupação com a agilidade da gestão, um novo pensamento sobre a produtividade das pessoas e também com o bem-estar e felicidade no trabalho. O mundo empresarial, apesar de nalguns casos (como o nosso) já ter metodologias de trabalho remoto, não estava preparado para o remoto full-scale, nem tão pouco se pensava no modelo híbrido.
E a mudança permanente veio provar que modelo ágeis, capazes de adaptar melhor as empresas à mudança, são precisos ao nível de gestão e devem ter as ferramentas adequadas – como, por exemplo, software para gerir os objectives and key results das empresas. Por outro lado, é cada vez mais importante apoiar o talento e dar-lhes condições para terem o bem-estar que merecem e que aumenta a capacidade das empresas; é aqui que o human capital management aparece como uma peça fundamental das soluções de software para gerir também a felicidade e a produtividade.
Se olharmos para a oferta que apresentámos no evento PHC Open Minds 2022, são ferramentas que surgem da necessidade e ensinamentos que os últimos dois anos deram ao nível da gestão empresarial.
SAPO TeK: A internacionalização continua a ser uma aposta? Que mercados vos suscitam interesse e porquê?
R.P.: A internacionalização é uma aposta continuada e sustentada. Temos clientes em mais de 25 países, mas estamos focados em consolidar os mercados onde temos operação local, de forma a crescer a marca PHC, desenvolver o canal de parceiros e continuar a tornar o nosso software cada vez mais adequado às necessidades locais. Nomeadamente, Espanha, Angola, Moçambique, Cabo-Verde e Peru. Em todo o caso, estamos desde há algum tempo a estudar novos mercados como outras possibilidades de fazer chegar o software PHC a mais empresas por todo o mundo. Este ano crescemos 25%, e com uma surpresa interessante chamada Cabo-Verde – fruto da nossa capacidade de adaptação às necessidades locais.
SAPO TeK: Quais os principais obstáculos encontrados nos mercados onde atuam?
R.P.: A internacionalização é sempre um desafio para qualquer empresa, porque lida-se com muitas variáveis e pormenores que só se tem real noção na operação do dia a dia. No caso do software de gestão existe uma camada de complexidade acrescida, na medida em que a localização do produto para necessidades fiscais e obrigações legais obriga a que tenhamos um esforço que ultrapassa a mera tradução ou adaptação das mensagens de marketing. Por outro lado, como trabalhamos através de um canal de Parceiros que vende, implementa e dá apoio aos clientes, temos um esforço bastante grande de capacitação para comercializarem software PHC. Por isso, costumo dizer que a internacionalização da PHC é uma maratona e não uma corrida de cem metros. Temos um grande trabalho de criar confiança na marca, ter sempre o produto localizado e apresentar uma rede de Parceiros PHC capacitada.
SAPO TeK: O que esperam para 2022 em termos de resultados? Há um novo ano recorde de vendas à espreita?
R.P.: Prevemos que as empresas continuem este caminho de aposta em software PHC. Temos os nossos objetivos traçados, de crescimento, mas temos por política não os revelar. Quero apenas acrescentar que é muito importante para o país que se coloque o software no coração da aceleração digital das empresas para ajudar a transição para esta nova era de gestão; só assim teremos uma economia mais competitiva.
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