A pandemia de COVID-19 e as medidas de confinamento que obrigam ao teletrabalho e o ensino em casa, têm favorecido o mercado dos computadores, que pelo terceiro trimestre cresceu na casa dos dois dígitos, segundo dados da IDC. Para a região EMEA (Europa, Médio Oriente e África) houve um crescimento no quarto trimestre de 2020 de 16,6% no segmento dos computadores que incluem desktops, notebooks e workstations, representando um total de 24,1 milhões de unidades.
A especialista refere que o impacto da COVID-19 no mercado dos computadores refletiu-se na procura na área do consumidor, num crescimento de 21,3% e comercial, que somou 13,6%. A Europa ocidental foi a que refletiu um maior crescimento, de 20%, mas com uma mudança na balança de vendas: os desktops desceram 25%, com a procura a mudar fortemente para os notebooks, que cresceu 39,4%, relativamente ao período homólogo do ano passado, representando a venda de 12,9 milhões de unidades.
A procura de soluções para a educação remota, mas capaz de suportar igualmente entretenimento, mudaram a forma de pensar das famílias. E em vez de um computador por agregado, surge a necessidade de um equipamento por pessoa.
Os especialistas da IDC afirmam que o crescimento da venda dos computadores até poderia ser maior, mas as fabricantes estão a experienciar constrangimentos na cadeia de fabrico, especialmente ao nível dos painéis e processadores de entrada de gama, para satisfazer a procura no segmento.
A área do consumo cresceu 32,1% face ao mesmo período do ano anterior, num total de 6,9 milhões de unidades vendidas. Neste caso, para além de um forte crescimento dos notebooks, os desktops cresceram 12,4% no mesmo período, muito devido à procura de soluções de gaming. O entretenimento e a procura de formas de socialização durante o isolamento foram os principais motivos do crescimento. O mercado comercial, embora menos expressivo, cresceu 12,2%, correspondendo à venda de 9,2 milhões de unidades.
Na região da Europa Central e do Leste (CEE) também houve um crescimento de 14,3%, em linha com as previsões. O mercado russo teve um crescimento menor, de 2,8% em relação ao ano anterior. O segmento comercial cresceu 21,4% e o consumidor 9%.
Relativamente às vendas por fabricante, a Lenovo destaca-se como líder do mercado no EMEA, com 25,7% da quota do mercado, tendo conquistado 0,2% face ao mesmo período do ano anterior. A marca cresceu 17,4%, com fortes performances nos dois segmentos. Segue-se a HP, que perdeu a liderança, detendo 23,2% da fatia do mercado, com menos 5,1% dessa quota. A IDC aponta as fracas performances no segmento dos notebooks devido à falta de fornecimento.
A fechar o pódio está a Dell, que manteve o terceiro lugar neste período, com 14,7% do mercado, mesmo tendo subido 0,9% face ao ano anterior. A empresa cresceu 23,8%, muito graças à boa performance do segmento comercial.
A Acer também beneficiou e subiu do quinto para o quarto lugar, tendo trocado com a Asus, que ocupa agora a quinta posição. A Acer tem 9,4% da quota do mercado, num crescimento de 1,8%, graças à sua forte presença nos mercados do consumo e educação, no segmento dos notebooks. Por outro lado, a Asus mantém 8,1% do mercado, ainda que tenha obtido mais 1% em relação ao ano passado.
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