A Portugal Telecom é uma empresa de telecomunicações. Ou foi na maior parte da sua existência. Ao longo dos últimos anos e fruto das diversas apostas que a empresa tem feito, talvez a designação de tecnológica seja a mais correta. E isso é alcançado devido à grande flexibilidade que a empresa tem, uma característica importante para todas as entidades que querem ser competitivas numa economia global, considerou o CEO da empresa.

Armando Almeida referiu, durante o Fórum da Economia Digital, na Portuguese Internet Week, os exemplos do Meo Music e do SAPO como casos próprios da agilidade que é necessária alcançar. No caso do serviço de música, o CEO foi taxativo: “em Portugal vamos ganhar ao Spotify, não temos dúvida disso”.

Além de disponibilizar vários milhares de músicas, o Meo Music tem uma vantagem sobre serviços concorrentes: o consumo de dados que é feito no Meo Music não conta para o limite de dados que o utilizador pode fazer todos os meses, caso seja cliente Meo.

O Spotify também tem as suas vantagens e a popularidade mundial de que goza é o seu maior atrativo para novos utilizadores. Resta saber se as previsões da empresa portuguesa se concretizam.

E a partir dos exemplos próprios, o que o CEO tentou transmitir foi a ideia de que a PT Portugal tem todas as condições e infraestruturas para ajudar as pequenas e médias empresas (PME) a darem o salto. Um factor que muitas vezes falha e condiciona o desempenho: a falta de apoio e de conhecimento de quem o possa dar.

Além da PT Portugal outras empresas podem ajudar as PME a vingarem no meio online e na economia digital. Por exemplo, a Unicre, representada por Fernando Adão da Fonseca, ajuda as empresas a integrarem a parte de pagamentos nos seus negócios. O objetivo da empresa é dar resposta tanto à necessidade online como offline de uma determinada organização, e sempre que possível juntar as duas vertentes para facilitar o controlo das transações.

“Os pagamentos é onde termina a experiência digital. Precisamos de tornar a experiência do pagamento mais simples, tal como é no mundo físico, e com segurança”, explicou o administrador executivo da Unicre.

Segurança é também um dos principais desafios dos CTT, como operador de logística. Não tanto na vertente de segurança online, mas antes na vertente de transmitir segurança e confiança por cada compra online bem sucedida e bem entregue. Para o diretor executivo dos CTT, Francisco Lacerda, o objetivo passa por “ajudar a diminuir os receios de comprar online com experiências positivas”. Experiências positivas, explicou, reforçam a confiança e faz com que haja repetição, o que traz uma onda de positivismo para o comércio online no geral.

Já para o presidente da Microsoft Portugal, João Couto, é preciso fazer mais do que disponibilizar tecnologia e segurança. É preciso disponibilizar conhecimento. E para resolver o problema de muitas PME que vão contra a chamada “barreira tecnológica”, o executivo deixou duas sugestões: “devíamos incorporar a economia digital como uma parte core do currículo de ensino, e ensinar aos jovens como se pode ter acesso a ela; e também tornar os estágios profissionais obrigatórios nas empresas, ter isto como parte integrante do CV para acelerar o entrosamento do ensino com as empresas”.

Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico