O grupo português Taboada & Barros, que manteve durante vinte anos a representação exclusiva dos produtos da Apple em Portugal, avançou com um processo contra a multinacional, que acusa de práticas comerciais desleais e de violar a concorrência. A ação judicial teve início no mês de Fevereiro no Tribunal de Vara Mista do Funchal e pretende garantir uma indemnização superior a 40 milhões de euros.

A notícia foi avançada pelo jornal Sol na mesma semana que a DECO admitiu também avançar com um processo contra a Apple por incumprimento da lei portuguesa relativa a garantias de produtos. O TeK já contactou a Apple para obter uma reação mas não obteve resposta até à hora de publicação da notícia

No caso que decorre no Tribunal do Funchal o Grupo Taboada & Barros alega que a Apple fez com que perdesse o negócio que mantinha há mais de 20 anos e que terá levado à falência da Interlog, a empresa que manteve a distribuição exclusiva em Portugal de produtos da Apple durante mais de 20 anos.

A Interlog faliu em Março de 2011, alegadamente por não conseguir suportar as margens impostas unilateralmente pela Apple Sales International, que se instalou com escritórios em Portugal e se apoderou do negócio à força, adiantou uma fonte da Taboada & Barros ao jornal.

Segundo a mesma, a Apple "usurpou os canais de distribuição que foram montados pela Interlog, durante mais de 20 anos, apoderando-se dos nossos distribuidores", depois de se ter instalado em Portugal em 2007.

Na sequência deste movimento as margens da empresa caíram de 12% para 4%, ao abrigo de um novo contrato com a multinacional. Segundo o mesmo jornal, em Setembro de 2009 a Interlog foi "informada" pela Apple de que deixaria de poder fornecer produtos à FNAC, que era a sua principal cliente e responsável por 32% da faturação nesse ano, o correspondente a 13 milhões de euros.

A Apple terá assumido a distribuição de produtos à cadeia de lojas FNAC mas também ao Grupo Staples, Auchan e à Rádio Popular. Segundo a mesma fonte a Apple assumiu também a loja online, que tinha sido criada pela Interlog.

O Sol refere o texto da ação judicial para indicar que o grupo português alega que a decisão da Apple foi unilateral e «não se baseou em qualquer incumprimento da Interlog».

No entanto, no ano passado o Diário Económico dava conta que a Apple teria interrompido o fornecimento de produtos à Interlog, detida pela Taboada & Barros, alegadamente devido a uma dívida da empresa portuguesa que ainda não tinha sido liquidada, uma afirmação que na altura foi negada por Lino Abreu, administrador da Taboada & Barros, ao mesmo jornal.

Recorde-se que a Taboada & Barros lançou em 2008 a primeira TB Store em Portugal, alargando depois a presença a mais uma loja no Colombro, mas que vendeu este negócio ao Grupo GMS ainda em 2011. O Grupo GMS já abriu mais dois espaços, um no Almada Fórum e outro nas Amoreiras.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico