Apresentada no Think Lisboa 2018, a conferência anual da IBM, este ano dedicada à temática “Where Technology meets Humanity”, a 19ª edição do IBM Global C-suite Study  destaca que mais de metade dos inquiridos (72%) defende que são as empresas tradicionais que lideram a inovação digital no seu sector. Em comparação, apenas 22% acreditam que essa vaga de disrupção terá origem nas startups.

Estes valores representam uma mudança considerável face ao estudo de 2015 da IBM onde 54% dos executivos assumia que seus os concorrentes estavam a surgir sobretudo de fora da sua indústria, número que desceu para mais de metade dois anos depois (26%).

Para se tornarem os novos disruptores e atraídos pelos potenciais retornos, 28% dos executivos entrevistados revelaram estar a alocar parte do seu capital para criar modelos de negócio baseados em plataformas digitais. Isso inclui também o investimento em startups, o que permite incorporar novos talentos e competências digitais, bem como o acesso aos dados que as acompanham.

O estudo indica também que, dos mais de 12.800 inquiridos, 57% daqueles que assumem ter uma estratégia de disrupção estão na origem deste novo modelo de ecossistema suportado por plataformas digitais e que lhe oferece a possibilidade de se expandirem e diferenciarem no seu setor.

As empresas tradicionais terão dois fatores-chave a seu favor na hora de construir as suas plataformas: os dados e as ferramentas agora disponíveis para tirar partido desses dados, como Inteligência Artificial, blockchain e Cloud.

Segundo o C-Suite Study da IBM, apenas 20% dos dados do mundo são públicos, ao passo que os restantes 80% são dados empresariais, pelo que não estão acessíveis nem podem ser pesquisados. Assim, as empresas estabelecidas têm em seu poder um profundo conhecimento, experiência e especialização.

Em relação às maiores preocupações dos executivos de topo, a tecnologia caiu para o segundo lugar enquanto que questões como o aumento da concorrência e a mudança das preferências dos clientes assumiram o primeiro lugar.

A preocupação em encontrar as pessoas certas, formá-las e mantê-las na empresa também foi apontada como uma das principais preocupações dos executivos, ficando no terceiro lugar da lista.

O Think Lisboa 2018 contou com cerca de 380 participantes e deu a conhecer as últimas novidades tecnológicas da IBM nas áreas de Cloud, Inteligência Artificial, Internet of Things, Segurança e Blockchain.