Segundo um estudo efectuado pelo Instituto Informador Comercial, divulgado hoje pelo jornal Diário de Notícias, cerca de 1703 pequenas e médias empresas portuguesas que constituem a maioria do tecido empresarial nacional pediram protecção dos credores, ou abriram falência durante o ano passado. São mais 9,3 por cento que em 2000, com o sector das comunicações a ser o mais penalizado.



Quanto às empresas de telecomunicações e novas tecnologias as falências aumentaram 200 por cento devido, na sua maioria, ao fraco suporte financeiro. Tal como afirmou o Comissário Europeu para a Sociedade de Informação, Erkki Liikanen, 2001 foi um ano de fim de euforia para as telecomunicações. Algumas empresas tiveram de fechar, como a Maxitel e a Teleweb, e até as mais sólidas foram obrigadas as remodelar e a recuar em alguns investimentos. Em relação aos media foram eliminados duzentos postos de trabalho e assistiu-se, entre outros, ao fecho da revista Valor, do Grupo Media Capital.



De acordo com o relatório do Instituto Informador Comercial, os distritos onde se registram maior número de falências – de todos os sectores empresariais – foram Lisboa e Porto, 408 e 398 respectivamente – quase metade do total. Todavia na capital registou-se, apesar de tudo, uma diminuição 0,4 por cento enquanto que no Porto um aumento de 8,4 por cento. Quanto ao aumento de falências, Portalegre, Beja e Guarda ocuparam os lugares cimeiros.



Para 2002 as expectativas continuam pouco animadoras e espera-se que o número de falências continue a crescer devido aos sucessivos endividamentos e pressão por parte dos bancos para eles próprios resolverem as suas dívidas a entidade estrangeiras.



Quem conseguiu superar a crise foram as empresas de imóveis e indústrias de bebidas, uma tendência contrariada pelo comércio onde se registaram o maior número de falências, 43 por cento, seguida pelos têxteis com 11,2 por cento e a construção com 10,1 por cento.



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