Depois de uma auditoria financeira interna que detectou uma fraude na ocultação de despesas na ordem dos 3,8 mil milhões de dólares (3,82 mil milhões de euros), a WorldCom, segunda maior empresa de telecomunicações norte-americana, anunciou que vai rever a apresentação de contas para o ano passado. As práticas contabilisticas irregulares levaram ao despedimento do director financeiro, Scott Sullivan, e à demissão do vice-presidente David Myers, mas não impediram uma queda de 25 por cento no valor das acções da empresa em bolsa.



Aquela que parece ser uma das maiores fraudes contabilisticas de sempre mascarou perdas elevadas por parte da empresa no ano de 2001 e primeiro trimestre de 2002. As despesas forma incluídas nos balanços da empresa como despesas de capital, não interferindo desta forma no apuramento de receitas. A actual situação financeira coloca a WorldCom à beira da falência.



Em comunicado publicado no site da empresa o actual director geral da WorldCom, John Sidgmore, que tomou posse a 29 de Abril deste ano, afirma que a equipa de gestão está chocada pela descoberta, mas o mesmo comunicado garante que a nova contabilização dos resultados financeiro não terá impacto na posição da empresa nem afectar os clientes e serviços.



Para tentar resolver a situação, a Administração pretende proceder a uma reentruturação da WorldCom com o objectivo de poupar 2 mil milhões de dólares (2,014 mil milhões de euros) por ano. Para isso vão ser reduzidas as despesas de capital em 2002, além de cortes de 20 por cento nos recursos humanos, começando os despedimentos de 17 mil trabalhadores já na Sexta feira, diminuindo os custos com esta área em 900 milhões de dólares anuais.



Ao mesmo tempo a empresa pretende vender uma série de áreas de negócios consideradas não vitais para a WorldCom, entre as quais alguns na área de comunicações sem fios na América do Sul.

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