O Governo chinês proibiu os funcionários das suas agências centrais de usarem iPhones no trabalho. A decisão, que visa também outros equipamentos de marcas estrangeiras, surge à medida que a China toma medidas para reduzir a dependência de tecnologia estrangeira, reforçar a segurança e limitar o fluxo de informação sensível para fora do país.
De acordo com fontes a que o The Wall Street Journal teve acesso, os funcionários das agências centrais do Governo chinês receberam instruções por parte dos seus superiores ao longo das últimas semanas.
Note-se que já há vários anos que o Governo chinês tem limitado a utilização de iPhones como dispositivos de trabalho em algumas das suas agências. No entanto, a medida foi alargada, com um maior esforço para assegurar que as regras são cumpridas.
Para a Apple, que domina o segmento de smartphones topo de gama na China, e que olha para o país como um dos seus maiores mercados, concentrando também nele uma porção de “peso” do processo de fabrico e montagem dos seus dispositivos, a decisão pode ter um impacto significativo.
É certo que a relação da gigante de Cupertino com a China nem sempre tem sido fácil, sendo marcada por questões de censura na versão chinesa da App Store. Ainda em 2021, uma reportagem do The New York Times revelou que a empresa terá concordado em alterar políticas de privacidade na gestão dos dados dos clientes na China de modo a ir ao encontro dos pedidos do Governo.
A relação entre Washington e Pequim também não tem sido propriamente a melhor. Recorde-se que, nos últimos anos, o Governo dos Estados Unidos tem tomado medidas que visam uma variedade de empresas chinesas, entre restrições e sanções comerciais, motivadas por questões de segurança nacional e para reduzir a dependência de tecnologia chinesa.
Entre as empresas visadas incluem-se tecnológicas como a Huawei e ZTE e mais recentemente, o TikTok, que foi banido já em vários Estados norte-americanos. Do seu lado, a China tem respondido com proibições, como no caso da norte-americana Micron, acusações e críticas, assim como medidas para tentar mitigar o efeito das sanções impostas pelos Estados Unidos e para reforçar o desenvolvimento da indústria tecnológica no país, além da segurança nacional.
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