Os factos sobre a possível venda da PT Portugal sucedem-se a grande ritmo, mas um possível negócio pode ainda estar longe de acontecer. Isto porque de acordo com o Jornal de Negócios, alguns acionistas da PT SGPS não estão dispostos a dizer simplesmente “sim” a um possível negócio: antes vão querer algumas garantias do que vai acontecer.



O jornal diz mesmo que os acionistas estão dispostos a “impedir uma venda” e a “mostrar que não é um processo de decisão único da Oi” caso sintam que a possível venda se fará sob pressão e de forma rápida. Em causa estará o direito de veto que a PT SGPS tem sobre as opções estratégicas da Oi, no âmbito de uma aliança industrial assinada pelas duas empresas.



Escreve ainda o jornal que o “lado português” não está disposto a deixar a Oi vender a PT Portugal sem saber como se fará o processo de venda e quais os planos para o encaixe financeiro.



Os relatos de um possível bloqueio da PT SGPS surgem numa altura em que o fundo de investimento britânico APAX está em Portugal para discutir a compra da PT Portugal.



De acordo com o Diário Económico, o fundo vai realizar hoje, 4 de novembro, várias reuniões em território português para poder reforçar o interesse na operação da Oi em Portugal e para possivelmente apresentar uma proposta “alternativa”: recorda-se que a Altice já fez uma proposta à Oi no valor de sete mil milhões de euros.



Personalidades fazem apelo ao resgate da PT


Francisco Louçã, Bagão Félix,  Silva Peneda, Manuel Carvalho da Silva, José Pacheco Pereira e Diogo Freitas do Amaral são algumas das personalidades políticas que fizeram um apelo ao Primeiro-Ministro, ao Parlamento e ao Presidente da República sobre um possível resgate da PT Portugal.



“As razões do descalabro e desmembramento da PT, no contexto da sociedade e da economia portuguesa, advêm, ao longo deste século, de graves erros, distorções, falta de visão estratégica nacional e diluição ética de diferentes níveis de decisão. Importa, por isso, aprofundar as ilações a extrair desta situação”, pode ler-se no início do apelo.



Os signatários defendem ainda que “este problema não pode, pois, ser exclusivamente deixado à lógica estrita de mercado e de interesses particularistas”. “Não pode ser tratado como se tratasse de um assunto de quase rotina sujeito à lei mecânica da indiferença e da passividade. Exige apuramento profundo e integral de responsabilidades e a salvaguarda de aspetos inalienáveis da nossa soberania”, consideram os elementos que subscrevem o documento.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico