
A Google anunciou ontem a compra da Motorola Mobility, a unidade de desenvolvimento de telemóveis e tablets da fabricante americana de telecomunicações, por 12,5 mil milhões de dólares (cerca de 8,6 mil milhões de euros) . A aquisição é a maior de sempre realizada pela empresa de Larry Page e traz ao mundo da Google novos argumentos na defesa do sistema operativo Android, reforçando o seu portfólio para a guerra de patentes contra a Apple.
O anúncio da compra, ainda a aguardar aprovação regulatória, teve impacto positivo nas ações das empresas no mercado norte-americano, com os títulos da Motorola Mobility a subirem mais de 56% até ao final do dia, na sequência da oferta de 40 dólares por ação, num prémio de 63% face ao preço de venda registado na última sexta-feira.
Recorde-se que a Motorola tinha assumido a decisão estratégica de separar a companhia em duas unidades, a Motorola Mobility e a Motorola Solutions, face aos maus resultados da área de telemóveis. A divisão foi efectivada a 4 de Janeiro deste ano, com a Motorola Mobility a ser cotada na bolsa de Nova Iorque de forma independente.
Com a compra da Motorola Mobility a Google passa a deter 17 mil patentes na área de mobilidade, protegendo o seu investimento no Android e também o dos quase 40 parceiros que fabricam hardware para este sistema operativo. Com o mundo móvel a recorrer cada vez mais à barra dos tribunais para defender a propriedade intelectual e o “domínio” das inovações, este é apontado como o factor mais relevante do negócio ontem anunciado.
Num post onde explica a compra, Larry Page garante que a aquisição da Motorola Mobility não vai alterar a parceria e o modelo de licenciamento do Android a outros fabricantes. “Muitos parceiros de hardware contribuíram para o sucesso do Android e esperamos continuar a trabalhar com todos eles”, afirma.
A Motorola Mobility vai funcionar como um negócio independente dentro da Google e o CEO actual, Sanjay Jha, manter-se-á na liderança da empresa.
A Samsung, HTC e LG estão entre os fabricantes que mais apostaram no sistema operativo móvel da Google e têm dominado os números de vendas, tirando partido do “afastamento” que a Google mantinha da componente de hardware e da abertura do software e do seu licenciamento.
Quase todos fizeram declarações abonatórias do negócio, embora não seja de afastar a ideia de que poderá ser criado um novo foco de tensão, já que a Motorola garante agora uma posição privilegiada no acesso a informação e desenvolvimento do Android.
A Nokia também reagiu favoravelmente ao negócio, defendendo que este poderá ser um catalisador para o ecossistema do Windows Phone. Em algumas declarações oficiais a vários meios de comunicação a empresa finlandesa diz que agora que a Google será um concorrente na área de hardware, alguns dos parceiros podem escolher investir mais recursos na plataforma da Microsoft.
Esta é a maior compra de sempre da Google, ultrapassando largamente os valores avançados pela gigante da Internet nas mais de 100 aquisições registadas nos últimos anos, mesmo a da DoubleClick que valeu 3,1 mil milhões de dólares, ou a do YouTube, pelo qual foram desembolsados 1,65 mil milhões de dólares. Na lista das compras mais caras estão também a AdMob e a Postini, que custaram 750 milhões e 625 milhões de dólares, respectivamente.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Nota da Redacção: Foi feita uma correcção no último parágrafo, eliminando uma referência errada.
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