Este ano as fronteiras do espaço pareceram um pouco mais longe, com menos protagonismo (e tempo) dedicado ao setor nos diferentes palcos do Web Summit. Ainda assim, Volodymyr Levykin, CEO da Skyrora, falou sobre os investimentos significativos nos últimos 10 anos, chegando a dividir as eras entre “old space” e “new space”, num avanço impulsionado por empresas como a SpaceX, de Elon Musk.

Na sessão “It's rocket science: The next generation of European spacecraft” foi ainda destacado o papel crucial do setor espacial para melhorar a vida na Terra, com ênfase na observação e monitorização das mudanças climáticas.

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Apesar de cada vez mais sustentável, com a reutilização de foguetões e o uso de combustíveis verdes, visando contribuir para a redução das emissões, o setor do espaço não deixa de enfrentar desafios, como a gestão do crescente número de satélites em órbita, que já exigem esforços internacionais para evitar colisões.

A escassez de talento também atinge o setor, carente de uma variedade de competências, desde engenheiros de software, até profissionais da área da inteligência artificial, uma área onde se esperam avanços significativos. A expectativa é que a IA desempenhe um papel crucial no avanço da ciência espacial, desenhando novos motores e simulando a troca de fluidos, entre outras tarefas.

Neste capítulo, no entanto, a maior dificuldade está em atrair pessoas com habilitações em profissões consideradas mais tradicionais, como soldadores e mecânicos - enquanto se tenta manter a diversidade de género nas equipas.

Para Volodymyr Levykin, o grande “elefante na sala” neste momento é o facto de a indústria aeroespacial ainda não estar a gerar lucro suficiente para atrair investimento no futuro. No entanto, há projetos da SpaceX que podem trazer boas notícias.

O CEO da Skyrora falou da interligação dos projetos Starship e Starlink, com a possibilidade de lançamento de milhares de satélites de uma só vez, no primeiro caso (além da chegada a Marte), e da oferta de serviços de comunicação, internet e robótica à escala mundial, no segundo caso.

Os programas da SpaceX poderão vir a representar “o primeiro exemplo de criação de alto lucro na indústria espacial”, competindo diretamente com as empresas de telecomunicações. “Enquanto as telco precisarão de vários anos e milhares de milhões de investimento para atualizarem as suas redes, a Starlink pode completar isso em menos tempo, ligando o mundo inteiro de uma maneira mais eficiente e a um menor custo”.

O SAPO TEK mudou a redação para o Web Summit e acompanhou tudo o que se passou na conferência e nos eventos paralelos que sempre decorrem em Lisboa. A agenda era longa e com muito para descobrir dentro e fora dos palcos. Pode acompanhar tudo no nosso especial do Web Summit 2023.