A Waymo alega que a Otto está a desenvolver tecnologia para os seus camiões autónomos roubada, que passou para esta unidade da Uber - dedicada às tecnologias de condução autónoma para veículos pesados – pelas mãos de um antigo funcionário.

No centro da polémica está Anthony Levandowski, um engenheiro que deixou a Google para lançar a Otto e que a empresa acusa agora de ter roubado 14 mil documentos altamente confidenciais, antes de deixar o antigo emprego.

A suportar as acusações, a Waymo tem os resultados que uma investigação forense ao computador de Levandowski, que terá revelado detalhes sobre a operação. Esta investigação permitiu apurar que o homem instalou software próprio para realizar a operação, copiou os documentos, passou-os para um disco externo e depois disso formatou o PC para tentar eliminar as provas do que tinha feito, detalha o The Verge, citando o documento apresentado ontem à justiça.

Neste mesmo documento também se refere que o engenheiro chegou a partilhar com colegas a intenção de sair da Google para replicar a tecnologia que aí estava a ajudar a desenvolver noutra empresa.
A tecnologia em questão aplica-se a uma das componentes mais caras e mais sensíveis de um carro autónomo: os sensores que fazem a medição de distâncias relativamente a outros objetos e que evitam acidentes e “guiam” a direção correta.

 

A Google usa tecnologia LiDAR, que através de lazer verifica essa informação numa perspetiva de 360º e já tem muitos milhões de dólares investidos para melhorá-la e torná-la mais eficiente barata de replicar.

Nos 9,7 GB de dados descarregados por Levandowski estariam precisamente informações relacionadas com o design e teste destes sensores, incluindo desenhos do painel de circuitos, o coração do sistema.

Tudo isto se tornou relevante e investigado depois da partilha acidental de um email, que revelou as semelhanças entre o LiDAR em que a Waymo tem vindo a trabalhar e o que a Otto e a Uber estão a construir.

 

A revelação ficou a cargo de uma empresa fornecedora destas tecnologias que trabalha com a Waymo e com a Otto e que, supostamente por engano, quando partilhou com alguém um desenho do painel de circuitos da tecnologia em que a Uber está a trabalhar, colocou em cc na mensagem alguém da Waymo.

 

A Google terá avisado a Uber das suas descobertas antes de avançar para tribunal mas, como se vê, a decisão não foi evitada.